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Estado de Minas

Creche de BH ameaçada de despejo questiona prefeitura sobre realocação de crianças

Creche Tia Socorro, na Região Oeste da capital, funciona há 35 anos em um imóvel da prefeitura. Desde o ano passado, a administração municipal tem uma ordem judicial para reintegração de posse


postado em 16/05/2015 09:38 / atualizado em 16/05/2015 10:43

Crianças de 64 famílias podem não ter onde ficar e estudar, a partir da próxima segunda-feira(foto: Divulgação)
Crianças de 64 famílias podem não ter onde ficar e estudar, a partir da próxima segunda-feira (foto: Divulgação)
A educação, o carinho e o cuidado que 64 famílias têm todos os dias na assistência de suas crianças na Creche Comunitária e Infanto Juvenil Tia Socorro, na Região Oeste de Belo Horizonte, podem estar com os dias contados. A creche funciona há 35 anos, na Avenida Raja Gabáglia, entre o Conjunto Santa Maria e o Morro das Pedras, e a partir desta segunda-feira, os pais dos alunos - com idades entre dois e 12 anos - que são atendidos pela instituição poderão ficar sem ter onde deixar seus filhos.

O problema se deve a um processo de reintegração de posse do imóvel por parte da Prefeitura de Belo Horizonte, proprietária do local, que tramita desde o ano passado. Em janeiro de 2014, a Justiça concedeu uma liminar que autoriza a reintegração de posse do imóvel onde funciona a creche. Nessa quinta-feira, uma equipe de servidores da regional Centro-Sul foi até o local, segundo a PBH, para buscar uma solução para a questão.

De acordo com Paloma Pereira, voluntária na creche há cinco anos, cerca de 15 funcionários da regional foram até o local para executar a ordem de despejo mas, como estavam sem um oficial de justiça, foram impedidos de entrar. "Ameaçaram retirar todos, inclusive as crianças que estavam estudando", conta. A funcionária diz ainda que um gerente da regional deu prazo até segunda-feira para que o local seja liberado.

Em nota, a PBH disse que a equipe de servidores da Educação, Fiscalização e Manutenção da regional foi ao local buscar uma solução junto à proprietária. No texto, a prefeitura detalha que "diante da recusa em receber a equipe da PBH foi solicitado o comparecimento da proprietária à Regional Centro-Sul". Ainda conforme a nota, a creche não tem autorização do Conselho Municipal de Educação para o funcionamento e não possui alvará da vigilância sanitária.

No entanto, Paloma revela que a creche realmente estava irregular, mas que a Vigilância Sanitária deu um alvará para o funcionamento. A voluntária conta que os problemas foram deixados pela antiga administração que comandou a instituição por quase 12 anos. "Tínhamos um documento que nos garantia ficar no local, mas o antigo diretor começou a não prestar contas à prefeitura e então foi cortado o benefício". Paloma ainda relata que a nova administração é séria e está tentando solucionar todos os problemas deixados pela gestão anterior.

Segundo a voluntária, as famílias necessitam desse serviço público e a creche nunca foi assistida pelo município. "Nossa maior preocupação é com as crianças e suas famílias. É importante que elas não fiquem sem estudar. A prefeitura, em momento algum, demonstrou interesse em realocar as crianças para um espaço próximo", completa.

A reportagem do em.com.br também perguntou à PBH sobre as opções de realocação para as crianças que frequentam a creche mas, na nota, não houve resposta sobre os questionamentos.


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