Taxistas de Belo Horizonte participam de um protesto na manhã desta quarta-feira.
Nesta quarta-feira, o Estado de Minas traz uma reportagem sobre as reivindicações dos taxistas de Belo Horizonte. O sindicato que representa a categoria na Grande BH reclama que houve uma queda de 30% das corridas feitas pelos profissionais, causada pelo serviço prestado pelos motoristas acionados pelo aplicativo Uber, que oferece viagens em carros de luxo.
Eles denunciam ainda a presença da ação de transportadores clandestinos, chamados “piolhos”, que atuam também na região do Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins.
O objetivo do protesto é conseguir apoio do governador Fernando Pimentel (PT), no intuito de conseguir barrar, judicial ou administrativamente o avanço de aplicativos como o Uber. O presidente do sindicato da categoria, Ricardo Faedda, acredita que o maior impacto para os táxis vem do serviço ofertado pelo programa para smartphones.
“Esse aplicativo veio dos Estados Unidos e se colocou como novo no mercado, mas explora o mesmo público que o táxi.
O Ministério Público abriu inquérito civil para investigar o transporte baseado no aplicativo, mas ainda não divulgou sua posição a respeito. O Batalhão de Polícia de Trânsito (BPTran) informa ter aplicado 321 multas por transporte clandestino desde janeiro de 2013, apenas em BH. Já o DER/MG afirma que foram quase 20 mil multas de janeiro de 2013 até abril deste ano na Grande BH. Em ambos os casos, não há distinção entre piolhos e motoristas que usam o Uber.
Por meio de sua assessoria de imprensa, a empresa Uber se pronunciou dizendo que não oferta um serviço público, mas privado, que só entra em ação com o chamado de um cliente. “O modelo de negócios da companhia também é previsto e incentivado pela Política Nacional de Mobilidade Urbana (Lei Federal 12.587/2012), cujos objetivos são a inclusão social e um uso mais eficaz e equitativo do espaço público, formalizando a inserção do transporte individual privado no sistema nacional de mobilidade urbana”, informa, em nota. O texto também diz que os motoristas parceiros e os usuários fazem avaliações recíprocas e, em um intervalo de 1 a 5, se a nota média do motorista ficar abaixo de 4,6, automaticamente ele é desconectado da plataforma. Por fim, a companhia acredita que a inovação e os avanços da sociedade sempre precedem as regulações e a empresa quer ser regulamentada no Brasil.
(Com informações de Guilherme Paranaiba e Valquiria Lopes) .