Se por um lado a presença da Polícia Militar nos câmpus da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) divide opiniões entre entidades que representam alunos e funcionários da instituição, por outro há um consenso a respeito de ampliação do quadro concursado da segurança.
Por lei, a segurança dentro da UFMG compete à Polícia Federal, que tem a responsabilidade sobre as autarquias. Mas a corporação só atua em caso de roubo e dano ao patrimônio federal dentro do campus e, somente, quando chamados. Por meio de um convênio com a PF, policiais militares da Cavalaria reforçam a vigilância nas áreas comuns, como ruas e entorno das praças. A segurança nos prédios, portarias e demais áreas internas é feita por funcionários próprios da UFMG, divididos entre concursados e terceirizados.
Segundo Neide, a redução do quadro resultou em aumento da sensação de insegurança e também da violência. “Somente nesta semana, quatro alunos foram assaltados.
Já o Diretório Central dos Estudantes (DCE) da UFMG tem opinião contrária ao atual modelo de segurança, compartilhado com a Polícia Militar e se posiciona contra qualquer ampliação da força policial no campus. De acordo com um dos membros da direção do diretório Thales Freire, a atual gestão aposta em uma séria de propostas que passam pelo fortalecimento da segurança interna e por mudanças de infraestrutura, entre outros pontos. “Polícia no campus é uma iniciativa extremamente ruim para a universidade, tendo em vista que as atuais experiências têm se mostrado sem efeito”, disse, referindo-se também ao convênio entre a universidade e a Polícia Militar. O modelo reforçado de PM dentro campus já funciona na Universidade Federal de São Paulo (USP), desde setembro de 2011, dois meses e meio depois do estudante Felipe Paiva, de 24 anos, ter sido assassinado em um estacionamento do campus durante um assalto. A medida gerou polêmica entre a comunidade acadêmica.
A lista de medidas proposta pelo DCE inclui reforço no quadro de seguranças que já trabalham na UFMG, mas com a exigência de que eles sejam concursados – e não terceirizados – e que passem por cursos e treinamentos. “Queremos o fortalecimento de uma guarda humanizada, que conheça a instituição e seja preparada para lidar com os problemas que a UFMG enfrenta e também com a presença da comunidade externa”, afirma. Sobre o tráfico de drogas – flagrado pelo Estado de Minas em março – Thales defende que o problema não se restringe à instituição. “Não dá para dissolver a realidade da UFMG dos problemas de segurança e do tráfico que ocorrem na sociedade.”
Vagas para transexuais
Analisando os frequentes casos de discriminação, o Diretório Acadêmico Alfredo Balena (DAAB), do curso de Medicina da UFMG, abriu seleção de estágio voltado para transexuais. Estudantes de todos os cursos de qualquer universidade podem se candidatar à vaga de secretário da sede social da instituição representativa. O coordenador de movimento estudantil do DAAB, Erickson Ferreira Gontijo, diz que a ideia surgiu do contato com movimentos sociais e estudantes LGBT.