Motoristas que passaram ontem pelas ruas Espírito Santo e Tupis, no Centro de Belo Horizonte, ficaram desorientados com as alterações feitas no trânsito. O quarteirão da Tupis entre Avenida Afonso Pena e A Rua Espírito Santo teve a sua mão de direção invertida. A Espírito Santo, que antes era só descida, passou a ser mão dupla entre Tupis e Afonso Pena. E quem, antes, descia a Espírito Santo para atravessar a Afonso Pena e entrar na Rua Tamóios, sentido Viaduto Santa Tereza, ou continuar na Espírito Santo do outro lado, agora tem que dar uma volta, entrando à direita na Tupis, atravessando a Afonso Pena e entrando à esquerda, trajeto que também deve ser feito para quem desce a Espírito Santo e quer ir para o Terminal Rodoviário ou Complexo da Lagoinha. As obras, que fazem parte do Mobicentro, ainda não foram concluídas. As ilhas para pedestres no meio das pistas ainda não foram construídas e estão improvisadas com demarcadores de plástico.
Embora a presença de fiscais da BHTrans no local, muitos motoristas ficaram irritados sem saber para onde seguir. Muitos desceram a Espírito Santo e tentaram atravessar a Afonso Pena, o que agora é proibido. Faixas de pano com orientações foram instaladas ao longo da Rua Espírito Santo, mas foram poucas, e muitos condutores não prestaram atenção nelas.
Os motoristas que entraram à direita na Tupis, achando que poderiam virar à esquerda na Afonso Pena, sentido Bairro Mangabeiras, também foram apanhados de surpresa. Foram forçados a pegar o sentido contrário da avenida, indo para o lado da rodoviária, e fazer um retorno mais adiante.
O transtorno maior foi no cruzamento das ruas Espírito Santo e Tupis, atrás da Igreja São José. Os motoristas que desciam a Espírito Santo paravam seus carros no meio do cruzamento para pedir informações aos fiscais da BHTrans. Como eram poucos fiscais para esclarecer tanta gente, muitos motoristas ficaram irritados e gritavam com os agentes de trânsito. Uma espécie de rotatória foi improvisada com cones no cruzamento. Mesmo com os semáforos já funcionando, os carros que seguiam reto pela Espírito Santo eram interceptados por outros que haviam saído da Afonso Pena e subiam no sentido contrário. Motoristas disparavam as buzinas, fiscais apitavam o tempo todo e gesticulavam, tentando manter a ordem no trânsito, mas o caos se instalou.
SINALIZAÇÃO Pedestres também reclamaram da confusão. “Só de olhar, você já percebe que ficou difícil até para o pedestre. Falta sinalização”, reclamou o consultor imobiliário Thalisson Tavares Cunha, de 35 anos. “Péssimo! Pura burrice! Quando a Tupis era só subindo, era melhor”, gritou um taxista. Em meio a tanto estresse, o empresário Adelson Guedes, de 49, manteve a calma, dentro do seu carro. “Acho que vai ser uma mudança positiva. Essa confusão é reflexo do primeiro dia. O povo só reclama, mas depois melhora. É só prestar atenção nas faixas que não tem erro”, disse o empresário.
Segundo a BHTrans, o objetivo das mudanças é priorizar o deslocamento de pedestres e do transporte coletivo, além de dar mais fluidez ao trânsito. Desde 8 de maio, já está em operação a mudança na Avenida Assis Chateaubriand (ao lado do Viaduto Santa Teresa), entre a Rua da Bahia e a Avenida dos Andradas, que também passou a operar em mão única nesse sentido.
