Uma ação da Prefeitura de Belo Horizonte para recolher objetos de moradores de rua que vivem na Região Centro-Sul da capital gerou polêmica nas redes sociais depois que uma internauta publicou imagens de guardas municipais e agentes de fiscalização chegando à Praça Raul Soares com dois caminhões para, segundo relatos ouvidos por ela, remover os pertences de quem usa o espaço público como abrigo. As fotografias divulgadas no Facebook mostram carrinhos de supermercado cheios de colchões, cobertores e outros pertences dos moradores, que estariam tentando sair do local antes que seus objetos fossem levados.
Em sua página na rede social, a autora das imagens demostra revolta diante da operação da prefeitura. “Nesse frio de maio, a nossa ‘querida’ PBH, aquela mesmo que coloca avatar colorido com muito amor e coraçãozinho no Facebook, passa na praça para levar a única coisa que aquelas pessoas têm, colchões,cobertores,roupas,papelão,objetos aleatórios (...)”, critica a internauta. O post da belo-horizontina repercutiu rapidamente, com quase 400 compartilhamentos em pouco mais de 24 horas.
As imagens chegaram até a Prefeitura de Belo Horizonte, que usou a página oficial da administração municipal do Facebook para se pronunciar sobre o caso. Na nota, a PBH afirma ter recebido algumas fotos com a reclamação de abuso de autoridade e recolhimento de pertence dos moradores de rua. Informa ainda que a medida observada na Praça Raul Soares faz parte de uma “ação integrada de gestão do espaço público, visando assegurar o direito de ir e vir de todos os cidadãos de BH, preservando, contudo, os direitos da população em situação de rua. A operação realizada na praça na manhã desta quinta-feira, dia 21, teve esse foco.”
A nota da prefeitura informou ainda que durante este tipo de ação que envolve a população de rua, são apreendidos apenas objetos que prejudiquem ou obstruam o trânsito de pessoas nos locais públicos da cidade. “Em nenhuma hipótese, pertences pessoais essenciais à sobrevivência são objeto de apreensão”, declara.