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Estado de Minas

Primeiro dia de mutirão para desafogar Ceresp Gameleira termina com 300 detentos atendidos

Iniciativa pretende liberar vagas na unidade, interditada em abril. Segundo jurista, há argumentos para que algumas pessoas não fiquem presos


postado em 22/05/2015 17:50 / atualizado em 22/05/2015 17:59

O primeiro dia do mutirão para desafogar o Centro de Remanejamento de Presos (Ceresp) Gameleira, na Região Oeste de Belo Horizonte, terminou com 300 detentos ouvidos. A análise da situação jurídica da população continua na próxima semana e tem como objetivo liberar vagas na unidade, interditada pela Justiça no início de abril.

Uma equipe de 50 pessoas, entre estudantes, advogados e professores está envolvida nessa primeira etapa. O coordenador do mutirão é o professor Felipe Martins Pinto, da Faculdade de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Segundo ele, há argumentos jurídicos para que alguns detentos não continuem presos.

"Nas entrevistas, soubemos de casos de pessoas que estão presas por furto de iogurte e chocolate. Outro está preso pelo furto de um livro em uma livraria", diz o professor. De acordo com Felipe, há ainda casos de detentos que foram sentenciados e não teriam que estar em regime fechado.

Casos de pessoas em condições especiais também estão sendo analisados. "Ouvimos cadeirantes que não têm condições de se deslocar até um banheiro, pessoas com problemas mentais, outros com bolsas de colostomia", relata o jurista.

Com 404 vagas, a unidade abrigava 1.485 presos. Segundo o professor, alguns detentos poderiam estar fora da cadeia, sob o cumprimento de outros regimes. "Alguns não precisariam estar presos. Poderiam estar com tornozeleira eletrônica, por exemplo", argumenta.

Já no início da próxima semana, o programa entra em sua segunda fase. Após os depoimentos, a coordenação começará a fazer pedidos ao judiciário, que então ficará responsável pelas decisões.


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