O primeiro dia do mutirão para desafogar o Centro de Remanejamento de Presos (Ceresp) Gameleira, na Região Oeste de Belo Horizonte, terminou com 300 detentos ouvidos. A análise da situação jurídica da população continua na próxima semana e tem como objetivo liberar vagas na unidade, interditada pela Justiça no início de abril.
Uma equipe de 50 pessoas, entre estudantes, advogados e professores está envolvida nessa primeira etapa. O coordenador do mutirão é o professor Felipe Martins Pinto, da Faculdade de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Segundo ele, há argumentos jurídicos para que alguns detentos não continuem presos.
Casos de pessoas em condições especiais também estão sendo analisados. "Ouvimos cadeirantes que não têm condições de se deslocar até um banheiro, pessoas com problemas mentais, outros com bolsas de colostomia", relata o jurista.
Com 404 vagas, a unidade abrigava 1.485 presos. Segundo o professor, alguns detentos poderiam estar fora da cadeia, sob o cumprimento de outros regimes. "Alguns não precisariam estar presos. Poderiam estar com tornozeleira eletrônica, por exemplo", argumenta.
Já no início da próxima semana, o programa entra em sua segunda fase. Após os depoimentos, a coordenação começará a fazer pedidos ao judiciário, que então ficará responsável pelas decisões.