Depois do sucesso do parklet itinerante montado em 9 de maio na Rua Paraíba com Santa Rita Durão, na Savassi, Região Centro-Sul de Belo Horizonte, comerciantes, empresários e produtores culturais de outros bairros começam a se unir pelos miniparques nas ruas e avenidas onde mantêm suas atividades. Trata-se de uma expansão do passeio público, ocupando duas ou três vagas de estacionamento, com mesas, bancos, cadeiras, jardim e bicicletário, modelo importado de São Francisco (EUA).
Desde segunda-feira, pedidos para novos parklets começaram a chegar à Secretaria Municipal de Planejamento Urbano, para ser analisados pela Comissão de Mobiliário Urbano. Um deles foi encaminhado por comerciantes e produtores culturais da Rua Sapucaí, no Bairro Floresta, Leste da capital. “Queremos mais espaço para curtir a melhor vista de BH, com estacionamento de bike, banquinhos, lixeiras e plantinhas”, conta a empresária Paula Campos, dona de um galpão cultural. Eles fizeram, inclusive, um bazar de roupas de um estilista conhecido para arrecadar dinheiro, pois estão dispostos a bancar os custos e manutenção do miniparque. “Engenheiros fizeram um projeto arquitetônico e o encaminhamos há duas semanas à prefeitura”, disse Paula, que criou uma página numa rede social defendendo o parklet na Sapucaí.
A Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL-BH) assinou termo de cooperação com a prefeitura e começou quinta-feira a montar um desses equipamentos na Rua Goitacazes, entre as ruas Rio de Janeiro e Espírito Santo, no Centro, batizado de “Varanda Urbana”. Um segundo parklet permanente será montado em junho na Avenida Bandeirantes, entre as ruas Ribeiro Junqueira e Júlio Vidal, no Bairro Mangabeiras, Região Centro-Sul.
HUMANIZAÇÃO O primeiro parklet permanente de BH, em construção na Goitacazes, deve ficar pronto até a próxima semana. O prazo de montagem é de 10 a 15 dias, mas o asfalto no local é irregular e os dois funcionários tiveram dificuldade de nivelar o piso. A estrutura, que ocupa uma área de 10 metros de comprimento por 2,2 metros de largura, já chama a atenção de quem passa pela rua.
A socióloga Ana Zuleima de Castro, de 64 anos, moradora da Goitacazes, defende a construção de mais miniparques no Centro, como forma de humanizar a cidade. “O Centro de BH não é apenas comércio e escritórios. Tem muitos moradores. Mas a região é muito maltratada. Falta beleza e os miniparques vão deixá-la mais agradável”, disse Ana, que criou o Movimento dos Amigos da Rua Goitacazes. “Acho que a prefeitura deveria tirar mais espaço dos carros e priorizar o pedestre”, defende. Os miniparques da CDL ficarão montados por dois anos, prazo que pode ser prorrogado.