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Estado de Minas

Uso de cimento vencido nas obras do viaduto pode piorar situação de construtora, diz MP

Acusação foi feita pela empresa Consol. Segundo promotor, empresa foi paga para usar o melhor produto nas obras do viaduto Batalha dos Guararapes


postado em 28/05/2015 17:42 / atualizado em 28/05/2015 18:31

Ex-chefe do departamento de projetos da Sudecap, Maria Geralda de Castro Bahia, foi ouvida nesta quinta-feira pelo Ministério Público(foto: Pedro Ferreira/EM/D.A.Press)
Ex-chefe do departamento de projetos da Sudecap, Maria Geralda de Castro Bahia, foi ouvida nesta quinta-feira pelo Ministério Público (foto: Pedro Ferreira/EM/D.A.Press)

A suspeita de que a construtora Cowan usou concreto vencido na obra do Viaduto Batalha dos Guararapes, que desabou em julho do ano passado, matando duas pessoas e ferindo 23, na Avenida Pedro I, em Belo Horizonte, pode pesar nas investigações. Segundo o promotor Eduardo Nepomuceno, que apura lesão aos cofres públicos e eventual improbidade administrativa, a falha indicaria o descumprimento de procedimento técnico. “A empresa foi paga para usar o melhor produto naquele momento. Deixando de fazer esse emprego, certamente ela responde civilmente”, afirmou.

A acusação de uso de cimento vencido foi feita pela empresa Consol, responsável pelo projeto do viaduto, durante audiência na Assembleia Legislativa de Minas, na terça-feira. O diretor da construtora Cowan, José Paulo Toller Motta, alegou que o material estava em boas condições de uso. Ele disse que o concreto tinha passado do horário especificado em um item da norma, mas afirmou que a regra permite, através de uma avaliação visual, utilizar o concreto condicionado, que garantiria a resistência obrigatória no projeto. “Não posso concordar que isso foi motivo da queda do tabuleiro” disse Toller, um dos 19 indiciados no inquérito da Polícia Civil.

Na tarde desta quinta-feira, Nepomuceno e a promotora do 1º Tribunal do Júri, Denise Guerzoni Coelho, ouviram a ex-chefe do departamento de projetos da Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap) Maria Geralda de Castro Bahia, também indiciada. Segundo o MP, ela confirmou que a secretaria deu prosseguimento às obras do viaduto, mesmo com o alerta da empresa Consol para necessidade de revisão ampla em projetos. De acordo com o MP, as revisões foram sendo feitas apenas progressivamente, inclusive já com a obra em andamento.


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