Jornal Estado de Minas

Cabo da Polícia Militar é indiciado por morte de homem em boate da capital

O policial militar apontado pela Polícia Civil como responsável pela morte de um jovem por motivo fútil no Bairro Prado, Região Oeste de Belo Horizonte, será indiciado por homicídio duplamente qualificado e tentativa de homicídio. Imagens de câmeras de segurança da Rua Platina, colocam o cabo lotado no 22° Batalhão, Nedilson Rocha Andrade, 38 anos, na cena do crime, que chamou a atenção dos investigadores por sua brutalidade.

De acordo com a delegada Ingrid Estevam, do Departamento de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa, o crime foi registrado no dia 2 de fevereiro, em uma casa de shows do Bairro Prado. A vítima, Herick Viriato Parreiras, 25 anos, estava no local acompanhado de amigos e familiares. Por volta das 2h da manhã, o jovem foi ao banheiro com um copo de cerveja nas mãos. Quando voltou, deixou parte da bebida cair em uma moça, que estava acompanhada do militar.

Essa situação gerou uma discussão entre Erick e Nedilson, que chegou a agredir o rapaz com socos. A dupla foi retirada da boate por seguranças, porém, um fato chamou a atenção de quem estava no local. Conforme testemunhas, Nedilson disse que era policial militar e o rapaz deveria "baixar a bola".

Ainda conforme a polícia, quando depois de chegarem na rua, o cabo da PM viu a vítima relatando a amigos o que havia acontecido. Novamente em um ato descontrolado, o militar quis tirar satisfação com o grupo, que por sua vez, pediu desculpas pelo ocorrido.
Mesmo assim, Nedilson sacou sua arma e atirou no ombro de Erick. Os jovens que estavam com ele correram, mas o policial também atirou diversas vezes contra eles. Sem sucesso, ele se voltou novamente contra Erick e disparou mais uma vez contra ele.


Com as imagens de câmeras de segurança, a Polícia Civil começou a investigar o caso e descobriu que a casa de shows possui detector de metais em sua entrada, e que não seria possível o militar entrar no local com uma arma sem ser barrado. A boate também não tinha o nome do suspeito em sua lista daquela noite. As imagens mostram ainda que militares não recolheram as cápsulas que ficaram espalhadas pela rua, o que impossibilitou identificar de quem era a arma utilizada no crime. Sabia-se apenas que era de calibre 380.

Policiais passaram a frequentar boates do bairro para investigar o caso. Nedilson chegou a se apresentar à Polícia Civil, mas repassou informações distintas das vítimas e testemunhas.
Disse que agiu para se defender, pois havia sido ameaçado. De acordo com a delegada, foi feita uma representação junto á Corregedoria da Polícia Militar para que o suspeito seja retirado do quadro de servidores públicos.

Com informações de Andréa Silva - Jornal Aqui

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