Corpos de piloto e copiloto vítimas de acidente com avião são liberados do IML em BH

Os corpos de duas vítimas da queda de um avião, nesse domingo, em Belo Horizonte foram liberados pelo Instituto Médico Legal (IML). Os restos mortais do piloto Emerson Thomazine, de 43 anos, serão levados para São Paulo e os do copiloto, Gustavo de Toledo Guimarães, de 38, deverão ser enterrados na capital mineira. O corpo da terceira vítima do acidente, Carlos Eduardo Abreu, ainda não foi liberado.

O avião, um bimotor King Air C90GTI, decolou do Aeroporto da Pampulha na tarde desse domingo e, minutos depois, perdeu a sustentação e caiu. A aeronave atingiu duas residências na Rua São Sebastião, próximo à estação de metrô Primeiro de Maio, no Bairro Minaslândia, Região Norte de Belo Horizonte. Omeide Damázio Serafim, 56 anos, estava em uma igreja ao lado de uma das casas atingidas, sofreu escoriações leves e foi encaminhada ao Hospital João XXIII. Ela foi medicada e liberada.

Nesta segunda-feira, técnicos dos Serviços Regionais de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (SERIPA III) foram até o local do acidente para iniciar as apurações. Eles coletam dados, destroços e fazem entrevistas com testemunhas para tentar determinar as causas da queda.

Uma das linhas de investigação é a de que o piloto teria realizado uma manobra arriscada conhecida como "decolagem americana". No entanto, conforme o Capitão Leonardo Neves Carneiro, investigador do Seripa, embora seja considerada uma linha de investigação, as causas do acidente só serão esclarecidas após análises da caixa preta e de câmeras de segurança que gravaram parte da trajetória do avião.

O consultor aeronáutico Renato Cláudio Costa Pereira, ex-secretário da Organização da Aviação Civil Internacional (OACI), considera que as informações da torre de controle serão fundamentais para explicar as causas do acidente com o King Air. Se houve uma decolagem de alta performance, Pereira diz que as investigações vão apontar se foi por falha humana ou de equipamento. “Pode ter ocorrido uma falha de comando. Nesse tipo de aeronave, os comandos são por meios de cabos”, disse o consultor, que não vê motivos para o piloto fazer uma manobra do tipo.

“O controlador de voo acompanha toda a decolagem; ele tem uma visão panorâmica de toda a pista e poderá esclarecer como foi a decolagem. Não se pode falar em causas sem uma análise das variáveis, mesmo que tenha sido uma decolagem de alta performance”, explicou Pereira.“Qualquer afirmação agora é uma especulação.”
(Com informações de Landercy Hemerson)