O acordo foi de que o pagamento da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) aos trabalhadores será efetuado em parcela única, que será quitada em 45 dias e corrigida pelo INPC.
A greve começou na segunda-feira devido ao atraso da PLR. Na última convenção coletiva, assinada em março, ficou acordado repasse de R$ 173 para quem ganha até R$ 1.188 e de R$ 347 para quem recebe acima desse valor.
Justificativa para o atraso
O SetraBH alega que acumula prejuízo de 268,7 milhões nos últimos cinco anos, em razão de déficit operacional. Entre as razões para o que a entidade patronal chama de achatamento da tarifa, estão a redução de 24,1% da receita em 2015 (5,5% apenas no sistema BRT/Move), aumento do custo operacional (salário de motoristas, óleo diesel, dentre outros insumos) e de gratuidades na tarifa – de 11,90%, em 2008, para 24,10% em 2015 –, esta gerada principalmente pelas novas integrações do transporte rápido por ônibus. Diante do cenário negativo, o Setra-BH contratou novo estudo do sistema, após o levantamento feito pela auditoria Ernst & Youg. Com base nos novos dados, solicitou a revisão do contrato, sob análise da BHTrans.
“Desde 2011 o sistema vem apresentando situação deficitária, agravada ano a ano. As projeções para 2015 também apontam prejuízo significativo. Precisamos racionalizar o sistema para retomar o equilíbrio econômico financeiro”, sustenta o presidente do Setra-BH, Joel Jorge Paschoalin.
A falta de dinheiro afeta o pagamento da PLR. Pashoalin afirma que além de o tempo de viagem do Move maior que o previsto, novos custos operacionais que surgiram pós a implantação do BRT agravam a situação. O projeto do Move estabelecia a redução de 270 ônibus convencionais na frota do transporte coletivo de Belo Horizonte. Após um ano da implantação, os quatro consórcios operadores do sistema só conseguiram reduzir 80 veículos. O Setra-BH se mostra disposto a custear novas tecnologias, em análise técnica da Central de Controle de Operação, para agilizar o tempo de viagem e acabar com o gargalo no Move.