O Anel Rodoviário de Belo Horizonte registrou, entre janeiro e maio deste ano, 529 acidentes sem vítimas, dos quais 77% envolveram veículos de carga. Dos 232 acidentes com vítima, 72% também tiveram a presença de caminhões ou carretas. Os dados da Polícia Militar Rodoviária (PMRv) mostram os perigos do tráfego pesado na rodovia, que tem histórico de tragédias e irregularidades. A corporação fechou o cerco ontem a caminhoneiros que trafegam na pista da esquerda, uma infração média que gera multa de R$85,20. Uma operação foi montada em seis pontos da Região Metropolitana de Belo Horizonte para flagrar abusos e os policiais emitiram 102 autuações.
As blitzes estavam posicionadas no Anel Rodoviário – Viaduto São Francisco, Bairro Carlos Prates, descida do Bairro Betânia e saída para Sabará – além da MG-010 e BR-356. Com a ajuda do helicóptero da PM, que ficou responsável por flagrar infratores na trafegando faixa da esquerda, os policiais autuavam cada motorista. Militares a bordo da aeronave passavam via rádio as informações do veículo, que era parado no ponto de fiscalização.
De acordo com o tenente-coronel Ledwan Salgado Cotta, comandante da PMRv, os trechos escolhidos para as blitzes registram lentidão crônica e perigo de acidente. No caso do Viaduto São Francisco e Bairro Carlos Prates, a presença de caminhões e carretas na esquerda atrapalha a fluidez do trânsito. No Betânia, o risco é a descida de 5,3 quilômetros na qual veículos pesados não conseguem parar e acabam provocando graves acidentes como no último dia 14 de maio, em que 10 veículos foram arrastados por um caminhão e uma pessoa morreu.
O Anel Rodoviário tem tráfego de 153 mil veículos por dia, com circulação média de mais de 200 mil pessoas. Segundo o tenente-coronel Ledwan, por causa do intenso fluxo, as operações policias precisam não só punir com multa, mas educar os condutores sobre as condições da rodovia. Em comparação com o mesmo período ao período de janeiro a maio de 2014, há redução de 33% de acidentes com vítimas na rodovia, além de queda de 47% no número de mortos. Mesmo assim, o tenente-coronel alerta para a necessidade de operações constantes.
“A Policia Militar Rodoviária tem o interesse de preservar vidas, patrimônio das pessoas e manutenção de fluidez da vida. As operações que fazemos visamos esses três pontos. Nesta operação, em particular, estamos buscando maior manutenção da fluidez retirando veículos lentos da faixa da esquerda. Sobre os motociclistas, temos que mostrar para eles como são sensíveis dentro estrutura de trânsito e como precisam ser muito mais cuidadosos”, afirma o comandante.
Durante a operação de ontem, os motociclistas eram parados – em grupos de 10 pilotos – para assistir a dois vídeos às margens do Anel Rodoviário. De acordo com o Carlos Eduardo Ferreira, subcomandante do Batalhão de Polícia Militar Rodoviária (BPMRv), somente no período da manhã, mais de 50 condutores foram parados, tiveram a documentação avaliada e passaram pela ação educativa. O primeiro vídeo dá dicas de pilotagem, frenagem e procedimentos de segurança em rodovias. O segundo, tem imagens de acidentes trágicos envolvendo motos, principalmente na MG-010, rodovia com velocidade de até 110 km/h.
ANIVERSÁRIO DA PM A operação de ontem foi organizada pelo Comando de Policiamento Especializados (CPE) e contou também os cães Rondas Ostensivas com Cães, que vistoriam veículos em buscar de drogas. A fiscalização nas rodovias faz parte de uma megaoperação em comemoração aos 240 anos da PM em Minas. Os militares cumpriram mandados de prisão, busca e apreensão no combate ao tráfico de armas e drogas.