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Estado de Minas

Veículos de carga estão envolvidos em 72% dos acidentes com vítimas no Anel Rodoviário


postado em 12/06/2015 06:00 / atualizado em 12/06/2015 07:51

Veículos de carga, que se envolvem em mais de 70% dos acidentes na rodovia, deveriam circular só pela direita (foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A Press)
Veículos de carga, que se envolvem em mais de 70% dos acidentes na rodovia, deveriam circular só pela direita (foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A Press)


O Anel Rodoviário de Belo Horizonte registrou, entre janeiro e maio deste ano, 529 acidentes sem vítimas, dos quais 77% envolveram veículos de carga. Dos 232 desastres com vítima, 72% também tiveram participação de caminhões ou carretas. Os dados da Polícia Militar Rodoviária (PMRv) mostram os perigos do tráfego pesado na rodovia, que tem histórico de tragédias e irregularidades. Para inibir essa situação, a corporação fechou o cerco ontem a caminhoneiros que trafegam na pista da esquerda, uma infração média, que gera multa de R$ 85,20. Uma operação foi montada em seis pontos da Região Metropolitana de Belo Horizonte para flagrar abusos e os policiais emitiram 287 autuações até a tarde de ontem.

As blitzes estavam posicionadas no Anel Rodoviário – saída para Sabará, Viaduto São Francisco, Bairro Padre Eustáquio/Carlos Prates e descida do Bairro Betânia – além da MG-010 e BR-356. Com a ajuda do helicóptero da PM, que ficou responsável por flagrar infratores trafegando pela faixa da esquerda, os policiais autuavam cada motorista. Militares a bordo da aeronave passavam via rádio as informações do veículo, que era parado no ponto de fiscalização.

De acordo com o tenente-coronel Ledwan Salgado Cotta, comandante da PMRv, os trechos escolhidos para as blitzes registram lentidão crônica e perigo de acidente. No caso do Viaduto São Francisco e bairros Padre Eustáquio/Carlos Prates, a presença de caminhões e carretas na esquerda atrapalha a fluidez do trânsito. No Betânia, o risco é a descida de 5,3 quilômetros, na qual veículos pesados muitas vezes não conseguem parar e acabam provocando graves acidentes, como no último dia 14 de maio, em que 10 carros foram arrastados por um caminhão e uma pessoa morreu.

O Anel Rodoviário tem tráfego de 153 mil veículos por dia, com circulação média de mais de 200 mil pessoas. Segundo o tenente-coronel Ledwan, por causa do fluxo intenso, as operações policias precisam não só punir com multa, mas educar os condutores sobre as condições da rodovia. De janeiro a maio deste ano, houve redução de 33% nos acidentes com vítimas na rodovia, em comparação com o mesmo período do ano passado, além de queda de 47% no número de mortos. Mesmo assim, o tenente-coronel alerta para a necessidade de operações constantes.

“A Polícia Militar Rodoviária tem o interesse de preservar vidas, patrimônio das pessoas e garantir a fluidez da vida. As operações que fazemos visam a esses três pontos. Nesta operação, em particular, estamos buscando maior fluidez, retirando veículos lentos da faixa da esquerda. Sobre os motociclistas, temos que mostrar para eles como são vulneráveis dentro estrutura de trânsito e como precisam ser muito mais cuidadosos”, afirma o comandante.

Durante a operação de ontem, motociclistas eram parados – em grupos de 10 pilotos – para assistir a dois vídeos às margens do Anel Rodoviário. De acordo com o Carlos Eduardo Ferreira, subcomandante do Batalhão de Polícia Militar Rodoviária (BPMRv), somente no período da manhã, mais de 50 pilotos foram parados, tiveram a documentação avaliada e passaram pela ação educativa. O primeiro vídeo dá dicas de pilotagem, frenagem e procedimentos de segurança em rodovias. O segundo tem imagens de acidentes trágicos envolvendo motos, principalmente na MG-010, rodovia com velocidade de até 110km/h.

ANIVERSÁRIO DA PM A operação de ontem foi organizada pelo Comando de Policiamento Especializado (CPE) e contou também com militares das Rondas Ostensivas com Cães, que vistoriaram veículos em busca de drogas. A fiscalização nas rodovias faz parte de uma megaoperação em comemoração aos 240 anos da PM em Minas. Os militares também cumpriram mandados de prisão e de busca e apreensão no combate ao tráfico de armas e drogas.


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