Indiciado pela queda do viaduto que deixou dois mortos e mais de 20 feridos na Avenida Pedro I em julho de 2014, o então secretário de Obras e Infraestrutura e superintendente interino da Sudecap (hoje na Prodabel) José Lauro Nogueira Terror deu entrevista coletiva na tarde desta sexta-feira e responsabilizou a Consol, autora do projeto, pelas falhas na construção do elevado. Terror reforçou as declarações dadas à Promotoria de Justiça da Capital no início do mês, quando afirmou que a empresa de engenharia tinha a total responsabilidade pela revisão dos cálculos , conforme previsto em contrato.
Durante a entrevista, Terror apresentou um documento com o cronograma de obras do Viaduto dos Guararapes. No diagnóstico, é possível observar que a Consol chegou a alterar, antes da finalização do projeto, os cálculos que definem a quantidade de aço a ser utilizado para a construção da estrutura. Na versão original, eram previstos 2.011 kg de aço, mas durante a revisão da empresa, foi constatada a necessidade de utilizar 2.758 kg do material.
Terror disse rebateu ainda a acusação de que houve pressa para entregar o projeto em função da aproximação da Copa do Mundo. Segundo ele, a Sudecap teria dado todo o tempo necessário para a revisão do trabalho por parte da Consol. Lembrou ainda que a superintendência não interferiu em nenhum momento nesta revisão, e que apenas acompanhou o trabalho.
José Lauro Nogueira Terror é um dos 19 indiciados pela Polícia Civil por causa da queda do Viaduto dos Guararapes. Inicialmente, todos haviam sido acusados pelos crimes de homicídio doloso, na forma de dolo eventual, tentativa de homicídio e desabamento. No entanto, o Tribunal do Juri acatou o pedido do Ministério Público de Minas Gerais, que pediu a declinação de competência do inquérito e mudança do indiciamento apenas para o crime de desabamento. A promotoria entendeu não ser competência do Tribunal do Júri atuar no caso e pediu a remessa dos autos a uma das varas criminais de Belo Horizonte.
(Com informações de Landercy Hemerson)