A área próxima à biblioteca da Faculdade de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), espaço chamado de Lado B, será fechado por tapumes nos próximos dias. O local, que era usado por usuários de drogas que aproveitavam os bancos de cimento e sofás antigos para consumir entorpecentes, será revitalizado. Essa é uma de um conjunto de medidas que será tomada na instituição para aumentar a segurança no prédio. Estão previstas instalações de câmeras e reforço de seguranças, que farão abordagens humanitárias e acionarão órgãos competentes para que tomem medidas cabíveis com relação aos usuários.
As medidas foram tomadas por uma comissão formada por professores, alunos e servidores administrativos, criada por causa de denúncias de tráfico e uso de drogas dentro do prédio da faculdade. “Ouvimos a comunidade acadêmica e fizemos vários debates para tentar a melhor solução para o problema. Depois de tudo isso, ouvimos técnicos de segurança. A proposta que foi aprovada é resultado de todo esse trabalho de debate democrático que fizemos na faculdade”, explica a presidente da comissão e professora de direito civil, Juliana Cordeiro.
A primeira solução proposta pela comissão deve começar já nos próximos dias. Tapumes serão colocados no espaço próximo a biblioteca, onde constantemente estudantes eram flagrados consumindo os entorpecentes. “Os centro acadêmicos da faculdade se comprometeram fazer o fechamento do espaço. O principal ponto é fazer um projeto de revitalização. Para isso, contaremos com professores parceiros da arquitetura da UFMG que vão fazer um estudo e pensar novas ocupações daquele espaço voltadas para atividades culturais e de ensino que são os focos da faculdade de ensino. Queremos atrair um publico diferente para o local, com atividades acadêmicas e culturais”, afirma a professora.
Um estudo será feito pela divisão de segurança da UFMG para a implantação de câmeras de segurança e do aumento do efetivo de vigias. “Ainda não temos o número de equipamentos e de seguranças que vão trabalhar no prédio. Tudo isso vai depender dos estudos feitos pelo setor”, comenta Juliana Cordeiro.
A ação dos seguranças será feita em conjunto com entidades que fazem trabalhos assistenciais, como o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e o Conselho Tutelar. “Os seguranças vão fazer o que chamamos de abordagem humanitária. Farão a aproximação, a conversa, o diagnóstico e depois acionar os órgãos competentes. São eles que irão fazer uma nova abordagem e encaminhar para os locais cabíveis. Esse problema (as drogas) não é privativo da faculdade de direito, é um problema social complexo, então, entendemos que a universidade tem que ter uma resposta que seja uma tentativa de auxilio dessas pessoas de maior vulnerabilidade social”, diz a professora.
Ainda não há previsão para a instalação das câmeras e nem do reforço da segurança. No primeiro semestre do ano que vem, a comissão vai fazer uma reavaliação para ver se as medidas surtiram efeito. Caso não tenha eficácia, a instalação de equipamentos para controle de acesso ao prédio, como catracas, não está descartada.