O Papa Francisco recebeu na tarde desta quarta-feira no Vaticano a comissão brasileira de hansenianos, que inclui Getúlio Ferreira de Morais, diretor-geral da ex-Colônia Santa Isabel, de Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte e o diretor nacional do Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (Mohran), Thiago Flores. Em conversa informal, em português perfeito, o papa afirmou que vai passar a usar Mal de Hansen em vez do termo negativo “lepra”, ao se referir a coisas muito ruins da igreja, como pedofilia e corrupção. “Foi impressionante a simplicidade e a disponibilidade do Papa em falar com todos do grupo. Acreditamos que esse encontro vai reforçar as parcerias com a igreja no Brasil e no mundo no combate à hanseníase e contra a discriminação e o preconceito”, disse Flores.
No Brasil, no Japão e em Cuba, a palavra já foi substituída por hanseníase ou mal de Hansen, nome do cientista que descobriu a cura da doença. Na acepção real, lepros, em grego, não quer dizer nada além de manchas na pele. Desde 2013, no último Congresso Mundial de Leprologia, ocorrido na Bélgica, a comunidade acadêmica recomendou a utilização da palavra hanseníase, no lugar da terminologia anterior. Em alguns países europeus, entretanto, o termo ainda é empregado.
Desde a década de 1980, a hanseníase passou a ter cura. O tratamento é oferecido gratuitamente nos postos de saúde.