Deputados federais que compõem a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga a máfia que fraudava órteses e próteses no Brasil vão para Montes Claros, na Região Norte de Minas Gerais, conversar com autoridades envolvidas na operação que terminou com sete pessoas presas. A ação aconteceu em 3 de junho deste ano na cidade, Belo Horizonte e Rio de Janeiro. O prejuízo causado pelo grupo é estimado em R$ 5 milhões nos últimos cinco anos.
Além deles, vão ser ouvidos o prefeito de Montes Claros, Ruy Adriano Borges Muniz (PRB), a secretária Municipal de Saúde da cidade, Ana Paula de Oliveira Nascimento, o diretor presidente do Hospital Dilson Godinho, Dilson de Quadros Godinho, e o Superintendente do Hospital da Santa Casa de Misericórdia de Montes Claros, Maurício Sérgio Sousa e Silva.
O esquema começou a ser investigado em julho de 2014. Um médico foi preso e fez um acordo de delação premiada. De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), o homem recebeu R$ 120 mil no golpe e devolveu R$ 60 mil. O procurador da república André Vasconcelos informou que o restante não pode ser devolvido, pois foi pago por pessoas particulares e por planos de saúde. A quantia entregue fazia parte do Sistema Único de Saúde (SUS).
Com as informações conseguidas na delação premiada, a PF montou a operação Desiderato deflagrada nesta terça-feira. Ao todo, foram cumpridas 72 ordens judiciais em Montes Claros, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, São Paulo e Santa Catarina. No Norte de Minas, foram cinco prisões, sendo três médicos. Na capital mineira, um empresário também foi levado para a delegacia.