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Estado de Minas

Queda de helicóptero muda rotina dos moradores de Santa Rita de Ouro Preto

Tragédia foi assunto na noite e madrugada de terça e durante o dia na quarta-feira. Moradores acompanhavam o trabalho de resgate, ao mesmo tempo em que lamentavam o acidente


postado em 18/06/2015 00:30 / atualizado em 18/06/2015 08:02

Desde a confirmação da queda do helicóptero na comunidade da Mata dos Palmitos, por volta das 19h da terça-feira, com três mortos, o distrito de Santa Rita de Ouro Preto, com cerca de 7 mil habitantes, teve sua rotina de tranquilidade quebrada. Nas ruas do distrito, que normalmente depois da 22h já não têm movimento, era possível ver pequenos grupos falando sobre a tragédia. Até o começo da madrugada, as luzes das casas em que as pessoas dormem bem cedo estavam ainda acesas, à espera das notícias sobre o acidente na localidade.

Na comunidade de Mata dos Palmitos, que tem pouco mais de 300 moradores, não foi diferente. Nas primeiras horas da manhã, as pessoas já estavam paradas diante da estrada de acesso ao local do acidente, em que um policial militar mantinha guarda diante de uma fita plástica para isolar a área. Aos poucos chegavam os profissionais de imprensa e cada morador queria contar sua versão ou falar de sua tristeza. "Nunca podia imaginar que um dia veria algo assim aqui. Nem acidente de carro com tantas mortes a gente já viu aqui. É algo muito triste, é como se fosse parente da gente", disse o agricultor aposentado Francisco José Gomes, de 65, morador da comunidade.

Já o aposentado Taciano Rodrigues Pereira, de 66, seguiu com um amigo pelos nove quilômetros de estrada de terra entre a área central de Santa Rita e a comunidade em que o acidente ocorreu. "Vim ver a movimentação. É algo diferente, que não dá para ficar em casa só ouvindo falar", explicou Pereira, que acompanhava os trabalhos dos bombeiros. O empresário Oscar Lunds da Silva, de 73, também acompanhava a movimentação no local e parecia ter um motivo especial. "O helicóptero caiu nas minhas terras, fazenda Brilhante. Nunca podia imaginar que uma propriedade minha seria marcada por algo tão trágico", disse Oscar.

A comerciante Lilian Cristina Cortes, de 34, dona de um restaurante em uma das principais ruas do distrito, conta que a conversa do dia de seus clientes era sobre o acidente. "A movimentação de gente de fora atraiu as atenções, e nas mesas quase sempre era alguém falando sobre o caso. No Whatsapp também era o comentário mais comum, com muita gente de fora querendo saber detalhes".

Do outro lado da rua, em uma papelaria e lan house, o comerciante Hebert Damasceno, de 44, viu o movimento de clientes aumentar, mas além da consternação comum a todos da cidade, sua tristeza era maior, pois o empresário Roberto Queiroz era amigo de seu pai. "As pessoas queriam ver na internet as notícias, as imagens do local. Quando fiquei sabendo que era um amigo de meu pai foi uma grande tristeza para nós", lamentou.


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