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Estado de Minas

Empresas de ônibus amargam prejuízo que pode resultar em aumento de passagens em BH

Setra-BH relatou à BHTrans os problemas financeiros. O sindicato sinaliza ações possíveis para minimizar prejuízos: aumento de passagens de ônibus, subsídio da prefeitura ao transporte ou isenção de impostos


postado em 19/06/2015 13:11 / atualizado em 19/06/2015 13:38

A BHTrans ainda não se pronunciou sobre o pedido de revisão de contratos feitos pelo Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte (SetraBH). No documento, as empresas responsáveis pelos ônibus da capital mostram o quadro de prejuízo de R$ 80,4 milhões no último ano, segundo o levantamento feito por uma consultoria contratada. A solicitação foi encaminhada no início do mês de junho, dias antes de motoristas e cobradores fazerem greve pelo não pagamento de participação de lucros (PPL).

Segundo o Setra-BH, as empresas não repassaram a PPL aos funcionários porque fecharam no vermelho. Para que a paralisação terminasse, o sindicato patronal pediu prazo de 45 dias aos trabalhadores para conversar com a BHTrans sobre a situação financeira. Conforme o Setra-BH, o relatório encaminhado ao órgão púbico não apresenta soluções, mas o sindicato sinaliza ações possíveis para minimizar prejuízos: aumento de passagens de ônibus, subsídio da prefeitura ao transporte ou isenção de impostos, como o ICMS de 15% por parte do governo estadual. Uma quarta alternativa, conforme o sindicato seria a combinação de algumas dessas ações.

A BHTrans informou que ainda analisa o relatório técnico enviado pelo sindicato, considerado um estudo complexo e que exige avaliação aprofundada.

Segundo o Setra-BH, o documento mostra que de 2008 até abril de 2015, as tarifas do transporte coletivo subiram 34,68%, mas os gastos das empresas com insumos cresceram 53,72% e a inflação acumulada é de 46,96%. Conforme o Setra-BH, nesse período, o óleo diesel subiu 41%, os pneus 33,68%, preços de veículos 46,15% e salário de motoristas 65,39%.

MOVE As argumentações do Setra-BH vão além dos aumentos. De acordo com o sindicato, os empresários investiram na implantação do sistema Move e não tiveram o retorno de receita esperado. Foram gastos recursos com compra de ônibus e equipamentos, além de treinamentos de motoristas. A previsão inicial passado ao sindicato era de que 400 ônibus seriam retirados de circulação para operação do Move, no entanto o Setra-BH informa que apenas 80 foram retirados. Dessa foram, há 320 coletivos a mais rodando na capital e que não foram considerados no cálculo da tarifa reajustada em janeiro de 2015 para R$ 3,10.

Outro problema apontando pelos empresários é que muitos passageiros usam os ônibus alimentadores para chegar até as estações do Move e pagam o valor parcial de R$ 2,20. Quando deveriam entrar no coletivo que leva ao Centro de BH, pagando mais R$ 0,90 na integração, esses usuários arrumam outras formas de chegar à região central. Segundo o sindicato, no cálculo geral das empresas a tarifa média acaba ficando abaixo de R$ 3,10.

A média mensal de passageiros em 2014 foi de 34,6 milhões de pessoas efetivamente transportadas, mas a arrecadação das empresas mostra número de 28,1 milhões de usuários, uma “quebra” de 18%. Em 2015, a média mensal está em 33,2 milhões transportados, mas o dinheiro arrecadado corresponde a 24,5 milhões, “quebra” de 24%.

Na manhã desta sexta-feira, em entrevista a uma rádio da capital, o prefeito Marcio Lacerda falou do aniversário de um ano do Move, entretanto, não falou sobre aumento de passagens. Ele disse que o sistema é a maior intervenção na história do transporte público de BH e trouxe benefícios à população. "Uma pesquisa que fizemos mostra que entre os usuários de ônibus a aprovação é de 80%", informou. Lacerda comentou os planos de expansão do sistema com a implantação de pistas exclusivas na Avenida Amazonas.


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