O Major Gilmar Luciano, assessor de imprensa da PM, disse em entrevista coletiva que a corporação foi acionada por moradores do Bairro Serra Verde e região. “Em torno de 500 pessoas estavam em arrastão, um verdadeiro ato criminoso, nas ruas do bairro em direção à MG-010”, afirmou. Ele também disse que a PM restaurou a ordem pública que foi “quebrada de maneira bárbara e hedionda, por baderneiros”.
“Eles atearam fogo em um coletivo com pessoas dentro. Uma verdadeira tentativa de homicídio. Não satisfeitos com isso, interceptaram três ônibus que fazem o trajeto Estação Lagoinha/Cidade Administrativa. Foram depredados.
Militantes criticam truculência da PM
Já a versão dos manifestantes sobre os eventos da manhã foi outra. “Não havia travamento, mas sim uma marcha. Estávamos em movimento quando fomos emboscados pela polícia”, relatou Isabella Miranda, militante das Brigadas Populares. Ela disse que em menos de 15 minutos de manifestação e sem nenhum tipo de aviso ou sinal claro, a PM partiu para cima. “Não houve nenhuma tentativa de contato com as lideranças e nem mesmo um sinal. Foram para cima com gás, balas de borracha e pancadas”, denunciou. Segundo ela, só depois disso que manifestantes atacaram equipamentos públicos com pedradas.
Ela também denunciou a falta de diálogo do governo estadual com as ocupações. “Foi uma negociação de fachada. Foi tudo um teatro. As famílias nunca tiveram a chance de apreciar a proposta do governo e nem mesmo fazer uma contraproposta. O governo nunca quis escutar e conversar.
Monah Karime El Kadri, coordenadora do MLB, disse que a resistência é justificada. “As famílias estão ali para resistir, porque é a casa delas. É a vida delas, o investimento da vida delas. É uma questão muito básica e por isso estão dispostos a tudo”. Ela também lamentou a negociação unilateral do governo. “Não houve nenhuma novidade. Se a gente vai voltar para a mesa de negociação? Fomos expulsos dela”.
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