Jornal Estado de Minas

MPF recomenda anulação de concurso da UFV após denúncias de irregularidade em prova

Candidatos acionaram o órgão e alegaram descumprimento de regra prevista no edital. Segundo a denúncia, várias pessoas assinaram a redação, mas exames não foram anulados

Clarisse Souza

O Ministério Público Federal (MPF) emitiu recomendação para que a Universidade Federal de Viçosa (UFV) elimine todos os candidatos que assinaram a folha de redação do concurso público para técnico-administrativo da instituição da Zona da Mata.

Pessoas que fizeram a prova acionaram o MP e alegaram irregularidades, já que vários participantes se identificaram no texto, o que era proibido pelo edital.

Para o MPF, embora o concurso pedisse para que os candidatos escrevessem uma carta – gênero textual em que um dos requisitos é a assinatura –, o participante não poderia colocar seu próprio nome, já que o edital deixa claro que a redação “não poderá ser assinada, rubricada ou conter em outro local que não o apropriado, qualquer palavra ou marca que identifique o candidato”, sob pena de anulação da prova discursiva.

Para a procuradora da República Gabriela Saraiva Vicente de Azevedo, ao não anular a prova, conforme previsto no edital, a UFV age de forma irregular. Além disso, a ausência de atribuição de nota específica a cada critério de avaliação da prova dissertativa é apontada como outra falha por parte da universidade. "No espelho de avaliação, três examinadores apresentaram somente a nota da prova como um todo, o que impossibilita aos candidatos saberem como foram avaliados em cada um dos critérios", diz a recomendação.

Por este motivo, o órgão recomendou que a instituição reavalie as provas dissertativas dos candidatos, explicitando no espelho de avaliação da redação a nota atribuída a cada quesito, inclusive com abertura de novo prazo recursal após o término da correção.

O MPF deu o prazo de 48 horas para que a UFV informe o acatamento da recomendação.
Procurada pela reportagem, a assessoria de comunicação da universidade disse que a instituição de ensino ainda não foi oficialmente notificada pelo Ministério Público Federal e que deve se pronunciar quando receber o comunicado.

(Com informações do MPF)

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