Jornal Estado de Minas

'Marcha das Vadias" pede legalização do aborto em ato em BH

A violência contra as mulheres também estava entre as causas do grupo que percorreu as ruas do Centro da capital

Marcelo Ernesto
Antes de sair em desfile pelas ruas, as participantes se concentraram na Praça da Liberdade - Foto: Reprodução/Comunidade Marcha das Vadias Belo Horizonte
Mais de uma centena de pessoas participaram neste sábado, em Belo Horizonte, da Marcha das Vadias, evento que surgiu no Canadá, em 2011, com a proposta de dar voz a uma minoria em diferentes temas polêmicos.
Nesse ano, a Marcha pede a legalização do aborto. Em BH, o grupo se concentrou na Praça da Liberdade e percorreu vias do Centro e finalizou a marcha na Guaicurus, rua-símbolo da zona boêmia.

Esta foi a quinta edição do ato em Belo Horizonte. Na capital, as organizadoras do movimento se apoiam na pluralidade do perfil de mulheres participantes. “A Marcha das Vadias de Belo Horizonte (MdV-BH) ergueu-se a partir das contribuições da diversidade de mulheres que foram participando, e das aproximações e colaborações com diversos coletivos de mulheres; mulheres lésbicas, negras, heterossexuais, brancas, bi, trans, cis, prostitutas, mulheres do centro, da periferia, com visões e posições convergentes e divergente”, afirma parte do texto de convocação para o ato de hoje.

Segundo as organizadoras, a marcha também pretende chamar a atenção para os casos de violência contra as mulheres. “Marchamos porque foram registrados 554 casos de estupro em Minas Gerais somente no ano de 2011 e nos quatro primeiros meses de 2012 , conforme os últimos dados organizados.
Em Belo Horizonte foram registrados 1964 casos de violência sexual entre os anos de 2008 e 2011. Além dos casos não notificados”. Os dados são da CPMI - Violência contra a Mulher, realizada em 2012.

Dentre os pontos defendidos, estão o reconhecimento da mulher como protagonista e responsável por escolhas envolvendo seu corpo. “Marchamos para que uma questão complexa, que afeta a vida de milhares de mulheres, não seja tratada como polêmica ou disputa, como se estivéssemos falando de times de futebol. Marchamos por respeito a vida de todas as mulheres!”, afirma o manifesto publicado nas redes sociais.

Durante o percurso, além do som do batuque, tiveram performances e cartazes com frases de apoio à causa. Ainda nesta noite está programada uma festa na Ruia Guaicurus, ponto final do desfile.

O ato, que começou na Praça da Liberdade, finalizou na Rua Guaicurus, na Zona Boêmia da capital - Foto: Tulio Santos/EM/D.A Press.