Jornal Estado de Minas

Atirador pega 45 anos de prisão e outros três são condenados por chacina em Uberlândia

Grupo foi acusado de matar três integrantes do Movimento pela Libertação dos Sem Terra (MLST). Mandante foi condenado a 15 anos e outros dois homens a 39 anos de prisão cada um

Luiz Fernando Motta
Quatro acusados de terem participado de uma chacina em Uberlândia, no Triângulo Mineiro, foram condenados pela Justiça e tiveram sua sentença anunciada na madrugada desta terça-feira, após cerca de 16 horas de julgamento.
O autor dos disparos que mataram três integrantes do Movimento pela Libertação dos Sem Terra (MLST), Rodrigo Cardoso Fric, foi condenado a 45 anos de prisão. A pena do mandante do crime, José Alves de Sousa, foi de 15 anos de prisão. Wilian Gonçalves da Silva, que deu a dica de onde o carro das vítimas iria passar e Rafael Henrique Afonso, apontado com o motorista que levou o atirador ao local, foram condenados a 39 anos de prisão cada um.

A defesa dos condenados já avisou que irá recorrer, mas eles aguardarão o recurso presos. O Ministério Público não ofereceu denúncia contra outros dois homens que foram investigados e eles não foram julgados.

Os três líderes do Movimento pela Libertação dos Sem Terra (MLST) foram mortos no dia 24 de março de 2012 no distrito de Miraporanga, a 40 quilômetros de Uberlândia. O carro ocupado por Valdir Dias Ferreira, de 39 anos, Milton Santos Nunes da Silva, de 52, e Clestina Leonor Sales Nunes, de 48 foi parado em uma emboscada na estrada de Campo Florido (MGC-455). As vítimas foram mortas com tiros na cabeça.
O neto de Milton e Clestina escapou e conseguiu parar um carro para pedir socorro ao vagar pela estrada.

segundo a PM, o trio de sem-terra tinha saído do acampamento no município de Prata para uma reunião de representantes de movimentos sociais em Uberlândia. O inquérito elaborado pela Polícia Civil apontou que o crime foi motivado por vingança, porque os autores pensavam que Clestina teria os denunciado por tráfico de drogas.

Rodrigo Cardoso Fric, o “Gauchinho”, de 25 anos, acusado de atirar contra as vítimas, e Rafael Henrique Cardoso, de 24, apontado com o motorista que o levou até o local, participaram de uma reconstituição do crime em junho de 2012. Segundo a polícia, os suspeitos deram sinal para as vítimas pararem ao emparelharem os carros, dispararam contra os integrantes do MLST. Os criminosos atiraram primeiro no motorista depois no passageiro. A última a ser executada foi a mulher que estava no banco de trás com o neto. O menino presenciou toda a ação e foi encontrado em estado de choque..