Jornal Estado de Minas

Empresas de ônibus poderão reajustar passagens em 12,83%, indica estudo

Levantamento feito pela Ernst & Young analisou dados de período de dois anos. Com mudança, viagens poderão custar R$ 3,50

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Usuários de ônibus de Belo Horizonte deverão arcar com um reajuste ainda maior que a última alteração no valor das passagens.
Um estudo divulgado nesta segunda-feira pela BHTrans indica um aumento de 12,83% no preço unitário, o que elevaria a passagem de R$ 3,10 para R$ 3,50 - arredondando o valor que, com o reajuste, ficaria em R$ 3,497. Na última variação, em dezembro de 2014, as passagens que antes custavam R$2,85% passaram a valer R$ 3,10, o que representou um reajuste de 8,5%. O valor foi sugerido em um levantamento realizado a pedido do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte (Setra-BH).

O estudo, feito pela Ernst & Young Assessoria Empresarial Ltda., comparou valores de custos, receitas, investimentos e resultados, assim como elaborou uma projeção para os próximos 13 anos a partir dos dados apresentados pelos quatro consórcios concessionários (Pampulha, BHLeste, Dez e Dom Pedro II), pelo Setra e pela BHTrans. Um dos elementos que mais influenciou o reajuste foi os gastos com o BRT/Move. Como dispunha somente de dois anos de dados coletados na capital mineira, a empresa elaborou projeções com base na análise econômica apresentada e em modelos próximos de outras cidades.

Outro ponto de impacto no resultado do levantamento foi a comparação das receitas tarifárias informadas pela BHTrans, pelo Setra, IBGE e informações financeiras de companhias do setor de transporte. Na trajetória inversa aos gastos, as receitas tarifárias caíram mais de 10% nos últimos dois anos. Os dados apontaram que em maio de 2013, os relatórios apontavam uma receita de cerca de R$ 90 mil.
Já em fevereiro de 2015, o valor ficou próximo de R$78 mil. Ainda conforme o estudo, a receita tarifária das empresas de transporte coletivo de BH representa cerca de 95% da receita total, contabilizando todas as outras fontes somente 5%.

Conforme o documento, os termos contratuais das concessões preveem a execução de estudos de revisão tarifária a cada quatro anos. Os reajustes tarifários ocorrem anualmente em 29 de dezembro e as revisões contratuais podem ser requeridas por qualquer das duas partes a qualquer momento ao longo da vigência da concessão.

A reivindicação de aumento ganhou força após uma greve dos trabalhadores rodoviários, no início de junho. Os grevistas alegavam não ter recebido pagamentos de direitos trabalhistas. As empresas e o Setra afirmam não ter como pagar o prometido por estar operando no vermelho. A Defensoria Publica de Minas Gerais ajuizou, na segunda-feira passada, no Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), um pedido de medida cautelar em caráter de liminar, pedindo o impedimento de qualquer reajuste nas tarifas de transporte público de Belo Horizonte. .