A queda de uma aeronave de pequeno porte, ontem, em Conselheiro Lafaiete, com um morto e um ferido, acende a luz de alerta do setor aeronáutico. Somente este mês, foi o quarto acidente aéreo com mortos no estado e o nono em menos de um ano, desde agosto de 2014, na Região Central de Minas. O capitão Thiago Miranda, piloto de helicóptero do Corpo de Bombeiros desde 2009, alerta para a quantidade de desastres com aeronaves pequenas no estado.
“Desde agosto do ano passado temos feito o levantamento na Região Central e a quantidade de ocorrências no período com aeronaves de pequeno porte está alta, se comparada a anos anteriores”, apontou. “Essa não pode ser considerada uma situação normal. Diante do quadro, a percepção está elevada, no sentido de que se busque a prevenção por meio das análises das causas dos acidentes, que podem ocorrer por fatores como falta de manutenção ou falha humana”, destacou Thiago Miranda. O militar diz que ainda é cedo para tirar conclusões sobre os últimos episódios, já que os casos estão em apuração pelo III Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa), órgão ligado à Força Aérea Brasileira (FAB).
O acidente dessa segunda-feira envolveu um ultraleve modelo Kolbflyer SS, registrado na Agência Nacional de Aviação Civil na categoria “privada experimental”, em nome de Luiz Henrique de Oliveira Araujo, que o pilotava ao lado do passageiro Armando Bheringer Gomes. O piloto, de 56 anos, morreu no local, e o passageiro, de 60, foi socorrido com ferimentos leves no Hospital São José, em Conselheiro Lafaiete.
Segundo o tenente Ronaldo Lima, que comandou a operação dos Bombeiros, o piloto tentava chegar ao aeroporto da cidade, mas teve que fazer um pouso forçado. “Ele não estava longe do aeroporto, mas, talvez por algum problema, tentou pousar em um pasto. Como o capim estava alto, não era possível ver o solo. O trem de pouso bateu em um monte, o que fez a aeronave capotar”, explicou o militar.
O tenente acredita que o piloto pudesse estar sem o cinto de segurança, já que seu corpo foi atirado para fora da cabine, contra a fuselagem, causando um grave traumatismo do tórax. O ultraleve caiu na área do Condomínio Jardim Eldorado, no distrito de Buarque Macedo, em Lafaiete.
Em menos de 25 dias, foi o quarto acidente aéreo no estado, com um total de oito mortos. A primeira ocorrência foi com um avião agrícola em Monte Carmelo, no Alto Paranaíba, que matou uma pessoa em 5 de junho. Dois dias depois, um bimotor caiu em cima de uma casa no Bairro Minaslândia, Norte de Belo Horizonte, depois de decolar do aeroporto da Pampulha, matando piloto, copiloto e um passageiro.
No dia 17, o helicóptero Jet Ranger 206-B prefixo PT-YDY caiu em Santa Rita de Ouro Preto, distrito de Ouro Preto, na Região Central do estado. Morreram os três ocupantes: o piloto Felipe Piroli, de 24 anos, além do empresário Roberto Queiroz, de 63, dono de uma corretora com atuação em Minas e no Rio de Janeiro, e de seu filho, Bruno Queiroz, de 23.