O agente penitenciário que tramou o roubo de 45 armas da Central Integrada de Escoltas, em Ribeirão das Neves, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, e dopou os colegas de trabalho com um tranquilizante foi demitido nesta terça-feira. A demissão de Marcos Antônio Rodrigues Oliveira, 38 anos, foi publicada pela Controladoria-Geral do Estado de Minas (CGE-MG) no Diário Oficial do Estado um ano e três meses depois da ação criminosa.
De acordo com a assessoria de imprensa do Governo de Minas, a demissão foi por ele ter cometido “crimes contra a administração e lesão ao patrimônio público”. Marcos foi condenado em primeira instância pelo Tribunal de Justiça, a 21 anos e nove meses de prisão. Ele recorreu da decisão. O Judiciário negou o direito de recorrer em liberdade.
A Controladoria Geral do Estado de Minas Gerais vem, desde abril, fazendo uma força-tarefa para agilizar o julgamento de 434 procedimentos disciplinares que estavam pendentes. Até esta terça-feira, 122 servidores já foram excluídos da administração pública estadual, superando a soma do número de expulsões dos últimos dois anos (56 em 2014 e 58 em 2013).
Marcos Antônio participou do maior roubo de armas de Minas Gerais. De acordo com a polícia, o agente, que trabalhava na Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) há 11 anos – quatro como contratado e sete como concursado, chamou o irmão Arthur Rodrigues Oliveira Nogueira, 23, para participar do crime.
Marcos levou para o plantão da Central de Escoltas uma salada de frutas, que preparou para os colegas logo depois do almoço. Ele deu a comida a todos, sem usar tranquilizantes. No jantar, Marcos repetiu a gentileza e preparou novamente a salada para os agentes do plantão. Segundo a polícia, tudo indica que Marcos dissolveu o medicamento, colocou no lanche o e nos copos com suco de limão que os colegas beberam.
Por volta de 21h, os oito agentes começaram a passar mal devido ao efeito do tranquilizante. Uma turma de três agentes plantão precisou sair para uma diligência: o transporte de um preso para uma delegacia em Ribeirão das Neves, onde o albergado assinaria um documento. Eles passaram mal no caminho e precisaram até trocar o motorista da viatura. Quando retornaram para a Central de Escoltas, por volta de 22h, não demoraram para ficar desacordados.
Quando os colegas estavam sonolentos, Marcos ligou para o Arthur. Enquanto a turma dormia, os irmãos recolheram as armas no depósito. Eles fizeram dez viagens até o veículo carregando as submetralhadoras e pistolas.