A Copasa anunciou ontem o início das obras de captação de água do Rio Paraopeba, em Brumadinho, na Grande BH. A intervenção tem como objetivo ampliar o fornecimento de água, mas ficará pronta na segunda quinzena de dezembro, o que não afasta risco de racionamento na capital e região metropolitana este ano. O reforço no abastecimento será de 5 mil litros por segundo (l/s), que serão bombeados por tubulações de aço com 1,5 metro de diâmetro e se estenderão por 6,5 quilômetros, desde a margem do rio, próxima ao Centro de Arte Contemporânea Inhotim, até a Estação de Tratamento de Água (ETA) do Rio Manso, que integra o Sistema Paraopeba. Em abril, reportagem do Estado de Minas divulgou a liberação da obra pelo Conselho Diretor da Copasa, com previsão para início dos trabalhos em maio. A companhia de água e esgoto não comenta quais motivos levaram ao atraso de quase dois meses.
Para conseguir recursos para essa operação, a companhia de saneamento recorreu a verbas do estado, no valor de R$ 128,4 milhões. Um aditivo ao contrato de parceria público-privada (PPP) com a Odebrecht Ambiental – Manso S.A., que opera a ETA, precisou ser estudado e aprovado. A presidente da Copasa, Sinara Meireles, disse que a nova captação vai gerar uma margem maior de segurança para a operação dos reservatórios que hoje estão em estado de restrição de consumo. “No período chuvoso, quando o Rio Paraopeba aumenta significativamente a sua vazão, será possível retirar menos água do reservatório do Sistema Rio Manso, permitindo que ele se recupere”, afirmou, por meio de sua assessoria de imprensa.
ALERTA COM ECONOMIA Para operar, a nova rede de adutoras contará com uma estação elevatória de captação junto ao Rio Paraopeba com seis conjuntos de motobombas. Antes de ser distribuída, a água passará por um sistema de remoção de areia e sólidos em suspensão e uma estação elevatória com outros seis conjuntos de moto bombas. Ainda terá de ser construída uma subestação de energia elétrica com transformadores interligada à Subestação Cemig. Os 6,5 mil metros de adutora em aço ficarão enterrados em sua quase totalidade. Um sistema de automação e monitoração munirá a empresa de dados e informações que permitam avaliar a qualidade da água captada para que o sistema de tratamento seja adequado.
Mesmo com essa intervenção, a Copasa ainda alerta a população que uma ampliação da economia de água até o patamar de 30% será a principal forma de evitar o racionamento. “Como esta obra será concluída no fim do ano, é importante que as ações de redução do consumo na Grande BH continuem. Queremos evitar o racionamento. Para isso, a participação da população será determinante”, assegura. Em maio, a economia de consumo da região foi de 14,5%.