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Estado de Minas

Obras da Copasa contra falta de água começam no Rio Paraopeba

Copasa dá início às intervenções para captação no curso d´água, em Brumadinho, e prevê conclusão para dezembro. Meta é reforçar abastecimento, mas racionamento ainda não está descartado


postado em 02/07/2015 06:00 / atualizado em 02/07/2015 07:28

Trecho do Rio Paraopeba onde será feito o desvio: Copasa prevê que, com nova captação, reforço no abastecimento será de 5 mil litros por segundo(foto: Leandro Couri/EM/D.A Press 28/4/15 )
Trecho do Rio Paraopeba onde será feito o desvio: Copasa prevê que, com nova captação, reforço no abastecimento será de 5 mil litros por segundo (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press 28/4/15 )

A Copasa anunciou ontem o início das obras de captação de água do Rio Paraopeba, em Brumadinho, na Grande BH. A intervenção tem como objetivo ampliar o fornecimento de água, mas ficará pronta na segunda quinzena de dezembro, o que não afasta risco de racionamento na capital e região metropolitana este ano. O reforço no abastecimento será de 5 mil litros por segundo (l/s), que serão bombeados por tubulações de aço com 1,5 metro de diâmetro e se estenderão por 6,5 quilômetros, desde a margem do rio, próxima ao Centro de Arte Contemporânea Inhotim, até a Estação de Tratamento de Água (ETA) do Rio Manso, que integra o Sistema Paraopeba. Em abril, reportagem do Estado de Minas divulgou a liberação da obra pelo Conselho Diretor da Copasa, com previsão para início dos trabalhos em maio. A companhia de água e esgoto não comenta quais motivos levaram ao atraso de quase dois meses.

Para conseguir recursos para essa operação, a companhia de saneamento recorreu a verbas do estado, no valor de R$ 128,4 milhões. Um aditivo ao contrato de parceria público-privada (PPP) com a Odebrecht Ambiental – Manso S.A., que opera a ETA, precisou ser estudado e aprovado. A presidente da Copasa, Sinara Meireles, disse que a nova captação vai gerar uma margem maior de segurança para a operação dos reservatórios que hoje estão em estado de restrição de consumo. “No período chuvoso, quando o Rio Paraopeba aumenta significativamente a sua vazão, será possível retirar menos água do reservatório do Sistema Rio Manso, permitindo que ele se recupere”, afirmou, por meio de sua assessoria de imprensa.


Clique para ver a arte completa(foto: EM/D.A.Press)
Clique para ver a arte completa (foto: EM/D.A.Press)
A barragem do Rio Manso estava ontem com 47,4% de sua capacidade, bem menos do que volume que apresentava há um ano, quando chegou a 75%. Poupá-lo é uma ação estratégica, uma vez que se trata do maior dos três reservatórios que integram o Sistema Paraopeba, formado ainda pelas represas de Serra Azul e Vargem das Flores, e é responsável por 17% do abastecimento da capital mineira. Ao todo, o Sistema Paraopeba responde por 30% da água que a Copasa distribui para BH e outras 16 cidades da região metropolitana. Devido à falta de chuvas e à crise hídrica, o Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam) precisou decretar situação de restrição de consumo em todas as captações do complexo Paraopeba, em março.

ALERTA COM ECONOMIA
Para operar, a nova rede de adutoras contará com uma estação elevatória de captação junto ao Rio Paraopeba com seis conjuntos de motobombas. Antes de ser distribuída, a água passará por um sistema de remoção de areia e sólidos em suspensão e uma estação elevatória com outros seis conjuntos de moto bombas. Ainda terá de ser construída uma subestação de energia elétrica com transformadores interligada à Subestação Cemig. Os 6,5 mil metros de adutora em aço ficarão enterrados em sua quase totalidade. Um sistema de automação e monitoração munirá a empresa de dados e informações que permitam avaliar a qualidade da água captada para que o sistema de tratamento seja adequado.


Mesmo com essa intervenção, a Copasa ainda alerta a população que uma ampliação da economia de água até o patamar de 30% será a principal forma de evitar o racionamento. “Como esta obra será concluída no fim do ano, é importante que as ações de redução do consumo na Grande BH continuem. Queremos evitar o racionamento. Para isso, a participação da população será determinante”, assegura. Em maio, a economia de consumo da região foi de 14,5%.


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