A mudança climática de 2014, quando o estado passou por um longo período de estiagem, para este ano, que teve o prolongamento do período chuvoso até maio, contribuiu para que Minas Gerais diminuir pela metade o número de incêndios. Os dados da Diretoria de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais (Previncêndio) mostram o comparativo dos seis primeiros meses. Em 2015, foram registrados 68 queimadas dentro e no entorno das unidades de conservação do estado, contra 136 do ano passado.
O número de ocorrências de incêndios só foi maior neste ano em janeiro, quando foram registradas 23 queimadas. Nos outros meses, os números se mantiveram estáveis ou ficaram abaixo do mesmo período de 2014. No último semestre, 808,25 hectares de vegetação foram destruídos pelo fogo dentro ou no entorno das unidades de conservação. No ano passado, o número é alarmante. Foram consumidos 2.228,22 hectares no seis primeiros meses, quase três vezes mais.
A diminuição no número de incêndios é atribuída a mudança climática. “Independente do que a gente faça, não só no Brasil, mas em qualquer lugar no mundo, até mesmo em países desenvolvidos, quem manda é o clima. Então, o ano que estiver com uma seca muito intensa e que eu tiver uma distribuição de chuva ruim, a tendência é que o período seja extremamente critica. Estamos com uma seca atípica desde 2013. No ano passado, tivemos números negativos em relação a incêndios. Em 2015 esperamos que seja com o menor número de ocorrências, apesar de ter um regime pluviométrico pequeno”, explica Rodrigo Belo, diretor de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais (Previncêndio) de Minas Gerais.
Mesmo com a diminuição no número de ocorrências, medidas estão sendo tomadas pela Secretaria de Estado de Meio-Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) para evitar o aumento de incêndios. “Já está em andamento a contratação de 408 brigadistas. Alguns já foram contratados, mas estamos no meio do processo para atuar em 44 unidades de conservação e duas unidades operacionais do Previncêndio”, afirma Rodrigo Belo.
Os brigadistas vão contar com a ajuda de aeronaves no combate. Atualmente, a Semad conta, além de dois helicópteros, com nove aviões com capacidade de transportar 15 mil litros de água. O contrato vence em setembro deste ano. “Estamos prevendo a contratação de 10 aviões de combate a incêndio com maior capacidade de operação”, comenta do diretor do Previncêndio. A capacidade das 10 aeronaves pode chegar a 20,5 mil litros.
Neste ano, uma parceria entre a Semad e a Polícia Militar (PM) aumentou a fiscalização contra os incêndios criminosos. Aviões estão sendo usados para identificar proprietários das áreas atingidas. Os donos das terras estão sendo notificados pelos policiais. A operação acontece, principalmente, na Região Norte de Minas Gerais.
Alerta
A previsão dos meteorologistas é de um período de estiagem até setembro. Justamente no período tradicionalmente mais crítico em relação aos incêndios. Por isso, alguns cuidados devem ser tomados. “No período de estiagem, qualquer manuseio próximo a vegetação é perigoso. É recomendado não queimar lixo, resto de pastagem, soltar foguete e até fumar próximo dessas áreas”, diz Rodrigo Belo.