A Copasa suspendeu temporariamente, até 12 de agosto, os estudos para aplicação de tarifas de contingência ao consumidor da Região Metropolitana de Belo Horizonte, as chamadas sobretaxas. A decisão foi encaminhada à Agência Reguladora dos Serviços de Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário (Arsae/MG) e levou em consideração três motivos: a população economizou 15% de água, choveu de janeiro a maio deste ano mais do que o mesmo período do ano passado (de 454mm, em 2014, passou para 781mm, em 2015), e o nível dos reservatórios melhorou, passando de 29,9%, em 1º de fevereiro deste ano, para 35,4% agora, mas está longe do ideal, alerta a Copasa.
O período chuvoso já passou e a população deve ficar em alerta, no entanto, com a possibilidade de racionamento de água a partir de agosto, ou seja, corre o risco de não receber água em casa por determinados períodos. “Estamos monitorando a nossa produção e começando a segunda campanha para a população economizar água. Se houver um resultado positivo, não haverá racionamento. Vai depender do comportamento da nossa produção e redução espontânea da população”, informou o diretor de operações metropolitana da Copasa, Rômulo Perilli.
A sobretaxa era uma das medidas estudadas para tentar fazer a população economizar mais água. Devido ao longo período de estiagem, os reservatórios do Sistema Paraopeba, que abastece a Região Metropolitana de Belo Horizonte, apresentam níveis abaixo da média.
Com o objetivo de ampliar o fornecimento de água na Grande BH, a Copasa apresentou, nesta sexta-feira, as obras de captação de água do Rio Paraopeba. O reforço no abastecimento será de 5 mil litros por segundo (l/s), que serão bombeados por tubulações de aço com 1,5 metro de diâmetro e se estenderão por 6,5 quilômetros, desde a margem do rio, próxima ao Centro de Arte Contemporânea Inhotim, até a Estação de Tratamento de Água (ETA) do Rio Manso, que integra o Sistema Paraopeba.
Por dia, serão bombeados 432 milhões de litros. Hoje, a produção de água em todo sistema Paraopeba é de 1,76 bilhões de litros. As obras começaram em 16 de junho e serão concluídas em 20 de dezembro, quando a captação de água deve ter início. “Não é uma obra emergencial. Ela vai resolver o problema da região metropolitana por 20 a 30 anos”, comentou Rômulo Perilli.
Quando estiver em funcionamento, a intervenção vai permitir que o reservatório Rio Manso encha novamente. “No período chuvoso, quando o Rio Paraopeba aumenta significativamente a sua vazão, será possível retirar menos água do sistema Rio Manso, permitindo que ele se recupere”, afirma Sinara Meireles, presidente da Copasa.
Mesmo com com as obras, a Copasa alerta a população para que continue a redução do consumo de água para evitar o racionamento. Em maio, a Região Metropolitana de Belo Horizonte conseguiu diminuir 14,5%, bem abaixo da meta de 30% que a Companhia pede.