O serviço de urgência do Hospital Infantil João Paulo II, referência no atendimento pediátrico no Estado, pode parar de funcionar em agostoA informação foi confirmada nesta segunda-feira pela Associação Sindical dos Trabalhadores em Hospitais do Estado de Minas Gerais (Asthemg)O fechamento pode acontecer devido a falta de médicos na unidade de saúde, o que fez o atendimento cair quase pela metade nos seis primeiros meses deste ano em relação ao mesmo período de 2014A Fundação Hospitalar de Minas Gerais (Fhemig) admitiu que a unidade passa por dificuldade e que vai manter os esforços para manter o funcionamento
O hospital recebe pacientes graves encaminhados pelas Unidades de Pronto Atendimentos (UPAs), Central de Internação, pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e pelas unidades Básicas de Saúde da Região Centro-Sul de Belo HorizontePorém, neste ano, a falta de profissionais de saúde fez o ambulatório ser fechado por diversas vezes“No ano passado, o atendimento era de forma gradualNos fim de semanas, por exemplo, não tinha atendimento no ambulatório por falta de médicoNeste ano, a situação se agravouDesde 1º de julho começou a suspender o atendimento nos dias de semanasEm alguns plantões o laboratório fica fechado”, explica Carlos Augusto dos Passos Martins, diretor da Asthemg.
Segundo a associação, o hospital precisaria de aproximadamente 35 médicos para garantir o atendimento
O atendimento em 2015 caiu quase pela metadeNos últimos seis meses, 13.292 casos de urgência passaram pela unidade de saúdeNo mesmo período do ano passado, foram 21.034 consultas“A queda não foi na demanda, mas é porque neste mesmo período suspenderam o atendimento por diversas vezes”, diz o diretor da Asthemg
Por causa da ameaça de fechar as portas, funcionários do hospital e moradores da região irão fazer uma manifestação na próxima quarta-feira
Em nota, a Fhemig afirmou que o Hospital Infantil João Paulo II tem uma taxa de ocupação de quase 100% de seus 157 leitos, 24 horas por diaAlém de atender 40 crianças com internação domiciliar, que correspondem a 50 leitos hospitalaresAdmitiu que a unidade registra acúmulo de aposentadorias de seus profissionais nos últimos 7 anos, exonerações, demissões, inexistência de concurso público, esgotamento dos concursados chamados no último concurso público, de 2013 e efetivados em 2014Por isso, segundo a Fhemig, “está impossibilitado legalmente de realizar contratação de médicos autônomos”
Fhemig disse, também, que manterão plenamente o atendimento de pacientes graves e com doenças complexas e raras