Desde que o serviço começou a funcionar em BH, vários conflitos entre motoristas de táxi e condutores a do Uber ocorreram na capital - Foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A.Press
A onda de conflitos entre motoristas de táxi e do Uber continua a ganhar força em Belo Horizonte. Três vídeos feitos pelos próprios taxistas mostram condutores ligados ao aplicativo e até mesmo policiais militares sendo hostilizados por integrantes da categoria nas ruas da capital. As imagens já haviam sido apresentadas durante audiência pública na Câmara Municipal de BH e foram postadas em uma rede social nesta semana. Em uma das situações, uma passageira que utilizava o serviço de transporte feito por carros de luxo passou mal ao ver o automóvel em que estava ser fechado por um táxi, o que provocou grande tumulto.

“A mulher tá fingindo que tá passando mal aqui (sic). Tirando onda porque estava de Uber e não quer ir de táxi. Pra vir de Uber ela não passou mal não, né?”, diz um taxista em uma das situações registradas em vídeo. Na ocasião, a passageira havia acionado o serviço por meio do aplicativo e se deslocava em um Toyota Corolla quando começou a confusão. Visivelmente amedrontada, a mulher saiu do carro e teve uma crise de falta de ar. Policiais militares foram chamados, mas não foi registrado boletim de ocorrência.

Em outro caso, vários taxistas usaram seus veículos para impedir que um carro do Uber se locomovesse em outra rua de Belo Horizonte. “Tá travado. Arrumou pra cabeça, doidão. Não vai sair mesmo”, ameaça um dos taxistas.

Nem mesmo policiais escaparam da revolta dos motoristas de táxi. Em outra situação registrada em vídeo, integrantes da categoria criticam a ação da Polícia Militar, que teria se negado a autuar um condutor ligado ao aplicativo. “Nós cercamos um carro da Uber, achamos que a polícia era um órgão competente, e esse policial simplesmente chegou e liberou. Aí vira bagunça”, conta o autor das imagens.

Os três vídeos foram usados pelos próprios taxistas em uma audiência pública em 25 de junho, que discutiu a atuação dos motoristas ligados ao aplicativo em Belo Horizonte. O diretor-presidente do Sindicato dos Taxistas de Belo Horizonte (Sincavir/BH), Ricardo Faeda, não considerar que houve confronto em nenhuma das situações. "A ação dos taxistas é resultado da omissão do poder público, que não fiscaliza o transporte clandestino. A categoria repugna situações de confronto, mas queremos que o pessoal do Uber deixe de se fazer de vítima, porque eles atuam ilegalmente", considera. A assessoria do Uber voltou a lamentar o que considera atos violentos contra seus parceiros e reafirmou a intenção de tomar providências para garantir a seguranças dos motoristas e usuários do serviço.

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