Os levantamentos realizados pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) mostraram que o modelo da aeronave que caiu em Tumiritinga, no Vale do Rio Doce, era impróprio para a realização de manobras bruscas e voos rasantes. De acordo com o órgão, a estrutura do avião não era adequada para esses procedimentos.
As investigações ainda confirmaram as análises preliminares da Polícia Civil de que o avião não foi atingido por tiros e nenhum outro objeto externo. Em nota, a polícia diz que ainda está ouvindo moradores do acampamento que testemunharam a queda da aeronave que matou o prefeito de Central de Minas, Genil da Mata, e o funcionário dele, Douglas Rafael da Silva.
Famílias do MST informaram que duas aeronaves sobrevoaram a fazenda por aproximadamente uma hora no fim da tarde de terça-feira. Elas alegam que os ocupantes jogavam materiais semelhantes a coquetel molotov, versão contestada pelo advogado de Genil. Os ocupantes da segunda aeronave que sobrevoava o local já foram identificados e serão ouvidos ainda nesta quinta-feira pela Polícia Civil. A corporação ainda aguarda o laudo da perícia de fragmentos de artefatos explosivos recolhidos no terreno.
A hipótese de que a aeronave foi atingida por tiros foi levantada no local da queda. Um militar que esteve no local chegou a dizer que a asa, que caiu a cerca de 150 metros da aeronave, tinha duas perfurações que poderiam ter sido causadas por arma de fogo. Com a análise do Cenipa, essa possibilidade foi descartada.
Em nota, a Força Aérea Brasileira (Fab) disse que os técnicos do Terceiro Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa III) concluíram a coleta de dados, conhecida como "Ação Inicial". Segundo a Fab, "os dados coletados ainda serão analisados não sendo possível, neste momento, chegar a nenhuma conclusão quanto aos fatores contribuintes para o acidente".