Inicialmente, a polícia foi acionada para atender uma ocorrência de desentendimento. No local, a filha de Aparecida informou que estava sendo proibida de entrar na casa pela mãe e desconfiava ter acontecido algo com a avó, que estava sob os cuidados da suspeita. Na delegacia, Aparecida admitiu que a mãe havia consumido chumbinho, produto geralmente utilizado para matar ratos, acidentalmente, e que o corpo estava no interior da residência.
Testemunhas disseram à Polícia Civil que Aparecida já tinha extenso histórico de maus tratos contra Adeir, além de se apropriar indevidamente da aposentadoria recebida pela mãe. Aparecida irá responder por homicídio, tendo como qualificadores o motivo torpe, o feminicídio e o emprego de veneno, além do crime de ocultação de cadáver. Exame toxicológico irá atestar a natureza da substância consumida pela vítima.
“A família acionou a Polícia Civil depois de suspeitar da versão dada pela Aparecida. A dona Adeir ingeriu chumbinho, agonizou dentro da casa e morreu.
Ainda conforme a investigação, a versão de Aparecida, a casa em que a mãe morava estava infestada de ratos. Por essa razão, ela teria moído pequena quantidade de chumbinho e o colocado em um pedaço de queijo, isca deixada sobre a mesa na casa da mãe. Aparecida e Adeir moravam em residências construídas em um mesmo lote.
De acordo com Aparecida, a mãe a teria procurado à noite relatando fortes dores no estômago. Quando foi à casa de Adeir, a suspeita percebeu que a mãe havia consumido o queijo deixado sobre a mesa. Após a morte de Adeir, Aparecida teria ainda limpado o corpo da vítima e o escondido em um banheiro da casa que estava em reforma. A fim de disfarçar o local, a suspeita usou roupas e caixas em frente à porta do cômodo.
Aparecida alega que não acionou socorro médico por medo de não acreditarem em sua versão, tendo em vista as diversas denúncias de maus tratos contra ela. A suspeita disse ainda que a intenção era ganhar tempo até conseguir contato com um advogado.
De acordo com o delegado Delmes Rodrigues, responsável pela ratificação do auto de prisão em flagrante, Aparecida foi negligente ao não acionar atendimento médico quando percebeu que a mãe havia consumido o veneno. O chefe do DHPP, Osvaldo Wiermann, reforça que o fato de Aparecida ter banhado o corpo da mãe deve-se, sobretudo, aos efeitos causados pela ingestão da substância tóxica, que pode provocar sudorese, vômito e diarreia..