A 18ª Parada do Orgulho LGBT de Belo Horizonte ocorre hoje, com o tema “18 anos colorindo as ruas e garantindo os nossos direitos”. O ato político e cultural realizado anualmente na capital mineira é o segundo mais tradicional do país e tem como objetivo dar visibilidade à luta de direitos do movimento de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais. O evento tem concentração prevista para 12h na Praça Sete.
Organizadores e apoiadores da marcha explicaram que o propósito é refletir e celebrar as conquistas e também impedir retrocessos dos êxitos da comunidade LGBT desde a primeira edição da parada, em 1997. “Essa edição do evento vem para que possamos realizar um balanço do que foi conseguido e também planejar o futuro para próximos desafios, já que a militância nunca se encerra. É importante lembrar que a Parada do Orgulho LGBT não é apenas festa, mas principalmente uma forma de garantir e assegurar nossos direitos”, ponderou Azilton Viana, um dos coordenadores do evento.
A secretária municipal de Políticas Sociais, Luzia Ferreira, atenta para a parceria da prefeitura com o movimento LGBT como componente transversal e para a necessidade de estabelecer uma cultura de paz, tolerância e respeito à diversidade em Belo Horizonte. “Conceitos religiosos são legítimos, mas que cada um fique lá para exercer”, reforçou. Para ela, a abrangência do evento ajuda a fortificar a cidadania porque atinge um público fora de seu segmento. “Hoje crianças, idosos e famílias vão ao evento manifestar seu apoio, o que comprova que a causa LGBT está ganhando mais aliados e vai construir um ato histórico”, disse.
Para garantir a segurança durante a marcha, 100 brigadistas estarão presentes, além das polícias militar e federal. Haverá infraestrutura de banheiros químicos, programa anti-incêndio, três ambulâncias e uma UTI Móvel e apoio do Centro de Operações da Prefeitura de BH (COP-BH). “A parada de Belo Horizonte é marcada pela tranquilidade, limpeza e segurança. Nunca tivemos problemas de agressões, por exemplo. É considerada uma das mais politizadas do país”, afirmou Carlos Magno, presidente da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais e Travestis. “Os policias, inclusive, foram orientados para a melhor forma de abordar o público da parada para que não haja constrangimentos.”
A caminhada sairá por volta das 16h da Avenida dos Andradas, percorrendo a Rua da Bahia, Avenida Afonso Pena, sendo finalizada na Rua Professor Morais, por volta das 21h. Segundo o Centro de Luta pela Livre Orientação Sexual de Minas Gerais (Cellos-MG), organizador do evento, o público estimado é de 15 mil pessoas, podendo chegar a 50 mil à medida que a marcha siga.
AÇÕES DE CIDADANIA Durante a parada, serão espalhadas tendas pela área de concentração. Uma, em parceria com o Projeto Horizonte da UFMG, será de orientações sobre a prática de sexo seguro e incentivo para a realização do teste anti-HIV. Serão distribuídos preservativos e folhetos informativos. Outra, por parte da Defensoria Pública, vai informar o público a respeito do processo de transgenitalização. “A autoestima é a base do ser humano e ainda enfrentamos muitas dificuldades nessa área como o implante de silicone industrial e os hormônios. Muitas transexuais ainda têm vergonha de procurar informações, por vergonha ou medo de discriminação”, explicou a defensora pública Junia Roman Carvalho, em atuação na defensoria especializada em direitos humanos.
Para Thiago Costa, um dos coordenadores da parada, a magnitude do evento vai além. “Fazemos questão que a parada seja de dia porque as travestis, por exemplo, são acostumadas a ser discriminadas simplesmente pelo fato de saírem de casa à luz do dia, enquanto os gays não podem sequer demonstrar afeto publicamente. Nesse dia eles podem ser livres. A parada serve para que a cidadania seja alcançada e que possa haver respeito. Não queremos privilégios ou tratamentos diferenciados, somente ter acesso aos direitos”, conclui.
FIQUE ATENTO AO TRÂNSITO
A BH Trans fará operações de trânsito para a 18ª Parada do Orguho LGBT. Faixas de tecido foram afixadas para orientar motoristas. Agentes da Unidade Integrada de Trânsito (BH Trans e PM) vão operar o tráfego na região. Agentes da Guarda Municipal também auxiliarão. A Rua Aarão Reis entre viaduto da Floresta e Rua dos Guiacurus estará interditada.