A 18ª Parada do Orgulho LGBT de Belo Horizonte ganhou as ruas do Centro da capital no fim da tarde deste domingo. A festa, que começou na Praça da Estação, reúne cerca de 30 mil pessoas, segundo os organizadores, número próximo do estimado pela Polícia Militar por volta das 20h, 25 mil.
O desfile começou por volta das 17h30 passando pela Rua da Bahia, Avenida Afonso Pena e Rua Professor Morais, finalizando ato por volta das 22h. No caminho, o número de pessoas foi aumentando e as ruas foram tomadas por três trios elétricos, bandeiras coloridas e fantasias irreverentes. Mais cedo, em clima de carnaval, os participantes se divertiram com shows e aproveitam as barraquinhas de comidas e bebidas. Conforme a PM, foram registradas ocorrências de furto e roubos e há pessoas detidas. O balanço será realizado após o encerramento.
Durante o evento, os organizadores destacaram a importância do apoio do poder público na causa LGBT. “Desde 1997 o movimento luta pela criminalização da homofobia, que é uma grande luta política que se traduz em cidadania para o público LGTB. Já existe uma proposição no Senado para isso”, afirmou Azilton Viana, um dos coordenadores de parada. “É a primeira vez que existe um apoio efetivo do governo estadual, que é muito importante porque vai possibilitar o diálogo”.
“O que a gente quer é uma BH cada vez mais democrática e cidadã, com respeito à diversidade e à cidadania LGBT. É importante que as pessoas convivam bem nas suas famílias, sejam respeitadas, também na expressão de sua diversidade e orientação sexual”, disse a secretária Municipal de Políticas Sociais, Luzia Ferreira.
Veja a passagem do trio pela Rua da Bahia
Nilmário Miranda, secretário de Estado de Direitos Humanos, Cidadania e Participação Social, falou da importância da luta dos participantes. "O governo criou a Coordenadoria Especial de Políticas de Diversidade Sexual com o objetivo de combater o preconceito. No Brasil, ocorre um fenômeno preocupantes, que é o do crescimento da intolerância em diversos aspectos: religioso, político, de gênero, entre outros. O governos quer criar conselhos que estarão espalhados por todo o estado para discutir as políticas públicas", diz.
O coordenador da coordenadoria, Douglas Miranda, ressaltou o clima de festa. "Estamos em meio a um público alegre, uma grande família. Gays, lésbicas, pessoas trans, homens, mulheres, brancos, negros, famílias, crianças, deficientes: estão todos aqui para lutar pela cidadania. Essa festa fortalece o movimento social e mostra a importância de ouvir essas pessoas", avalia.
Entre os participantes da parada estava o pastor Gregory Rodrigues, fundador da Igreja Apostólica Benção e Vida. "Objetivo é mostrar que Deus não faz separação de pessoas. É possível viver a homossexualidade de uma forma sadia e que a bíblia não condena. Deus é um Deus de todo", diz o religioso.