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Estado de Minas

Família de Jean Charles faz minuto de silêncio em Londres

Data marca os 10 anos da morte do mineiro, assassinado por engano pela polícia britânica em 2005


postado em 22/07/2015 11:29 / atualizado em 22/07/2015 11:50

(foto: JUSTIN TALLIS)
(foto: JUSTIN TALLIS)
Dez anos após a morte do mineiro Jean Charles de Menezes, primos do jovem fizeram, nesta quarta-feira, em Londres, um protesto. Vestindo camisetas feitas para a ocasião, na qual pedem justiça, os familiares fizeram um minuto de silêncio em frente à estação de metrô de Stockwell, no sul da capital inglesa. A homenagem contou ainda com palavras de conforto ditas por um pastor e pela interretação de uma música insirada em Jean Charles.

No local, um mosaico de azulejos coloridos, com foto e a palavra “inocente” em letras garrafais, flores e algumas velas mantêm acesa a memória de Jean Charles. O memorial foi criado por uma artista sul-africana e autorizado pela empresa que gerencia o metrô de Londres, em 2010.


Justiça

A família ainda luta para ver punidos os responsáveis pela morte de Jean Charles. A responsável pelo processo que contesta a impunidade sobre o caso é Patrícia Armani, prima do brasileiro. “A impressão que dá é que, a qualquer momento, ele vai dar um telefonema e vamos acordar deste faz de conta”, emociona-se ela, que morava com Jean Charles em um apartamento alugado na Scotia Road, em Tulse Hill, área residencial do Sul de Londres. Patrícia, prima de primeiro grau do lado materno, havia chegado à capital inglesa meses antes, animada pelo primo, que embarcou para Londres com o sonho na bagagem em março de 2002. “Mesmo 10 anos depois, a palavra que vem à minha cabeça é incredulidade. Não dá para acreditar, a ficha não caiu”, explica.

(foto: JUSTIN TALLIS)
(foto: JUSTIN TALLIS)
Jean Charles – “nascido em Gonzaga e baleado aqui, em 22/7/2005”, como lembra o quadro na estrada da estação –, não passava pelo local com frequência. Na manhã daquela sexta-feira, chamado por um amigo para instalar câmera de segurança em uma residência do outro lado da cidade, saiu de seu apartamento em Tulse Hill e, depois de encontrar a estação de Brixton fechada, seguiu de ônibus para o terminal de metrô mais próximo: Stockwell. Pegou um jornal gratuito, passou pela catraca e sentou-se no penúltimo vagão quando, antes de partir, foi surpreendido e baleado com oito tiros por agentes da Scotland Yard, que o monitoravam desde as primeiras horas da manhã. Após uma sucessão de equívocos, Jean foi confundido com o terrorista etíope Omar Hussein, que morava no mesmo prédio, cujos documentos estavam em mochila abandonada em tentativa frustrada de ataque ao metrô londrino, dias antes.

Com Renan Damasceno


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