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Estado de Minas

Praça da Assembleia sofre com vandalismo antes mesmo de ter revitalização concluída

Em fase final de obras de requalificação, espaço sofre com velhos problemas: depredação e falta de vigilância


postado em 23/07/2015 06:00 / atualizado em 23/07/2015 07:17

Próximo à área de brinquedos, banco de concreto já foi pichado(foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)
Próximo à área de brinquedos, banco de concreto já foi pichado (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)

Depois de um ano em obras e em fase final das intervenções de requalificação, a Praça Carlos Chagas, conhecida como Praça da Assembleia, no Santo Agostinho (Centro-Sul), já dá sinais de destruição antes mesmo de ser entregue à população. As marcas de pichação e vandalismo podem ser percebidas em áreas ainda não liberadas dos tapumes da prefeitura, responsável pela obra de R$ 12,6 milhões, financiada pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). Enquanto a previsão de inauguração da reforma é para os próximos meses, brinquedos, bancos e lixeiras novos estão pichados. Um dos banheiros teve a porta arrombada e louças quebradas, e um cavalinho do parque infantil foi queimado, segundo moradores da região que frequentam o local. Impressionados com a destruição, eles cobram vigilância para evitar novos prejuízos.

Em visita à área de lazer na manhã de ontem, o Estado de Minas flagrou outros desafios que antecedem a conclusão da obra. Por volta das 11h, um rapaz fumava maconha próximo ao parquinho, onde três moradores de rua dormiam enrolados em cobertores. “A reforma da praça virou um transtorno. Além da demora para entrega, antes prevista para o fim do ano passado, já tem equipamentos estragados. E não tem nenhum guarda municipal para proteger da ação de vândalos. Estamos vendo dinheiro público ser jogado fora”, afirma o advogado Ricardo Wagner de carvalho, de 69 anos, morador da Rua Alvarenga Peixoto, vizinha à praça. A mulher dele, a dona de casa Márcia Carvalho, de 67, também faz críticas. “O engenheiro responsável pela obra nos contou que o banheiro foi todo quebrado. Fico me perguntando por que tem que esperar destruir para depois consertar”, disse. A mulher lembrou ainda que alguma ação social precisa ser feita para que o espaço não se torne mais um local de abrigo de população de rua. “O coreto já está sendo usado por moradores de rua há tempos”, lembrou.

Com as mãozinhas agarradas à tela que ainda protege o parquinho, a pequena Marina, de 1 ano e 8 meses, demonstra ansiedade para se divertir nos brinquedos. A babá que a acompanha, Elizabeth Ferreira de Assis, de 44, conta que desde que a área central da praça foi liberada para trânsito de pessoas muitas famílias têm levado seus filhos para brincar no local. “Mas a gente fica limitado porque não tem muito o que fazer com as crianças. Essa obra demorou muito. E ver que já tem equipamento estragado ou pichado causa desânimo”, afirma.

A neozelandesa Natalie Caldeira, com o filho Herey, se queixa da falta de vigilantes para coibir a depredação(foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)
A neozelandesa Natalie Caldeira, com o filho Herey, se queixa da falta de vigilantes para coibir a depredação (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)

A neozelandesa Natalie Caldeira, de 29, moradora da Rua General Dionísio Cerqueira, no Gutierrez, também demonstra decepção com o estrago. Além de se queixar da falta de vigilantes para coibir a depredação, ela se diz desapontada com o resultado da obra. “Fizeram poucas mudanças para tornar a praça mais agradável às famílias. O parquinho está numa área de muito sol e não aumentaram o número de brinquedos. Também sinto falta de mais grama. Tem muito concreto por aqui”, afirmou Natalie. A dona de casa, que diariamente leva os dois filhos para brincar no espaço de lazer, diz não se incomodar com a presença de moradores de rua. “Me incomoda mais as pessoas não terem onde morar”. Mas disse que o uso de drogas, especialmente próximo às crianças, deve ser coibido.

Moradores de rua ocupam a área do parquinho, onde um cavalinho de brinquedo foi destruído(foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)
Moradores de rua ocupam a área do parquinho, onde um cavalinho de brinquedo foi destruído (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)
NOVOS REPAROS De acordo com a Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura, todos os equipamentos quebrados ou pichados serão reparados e entregues em perfeito estado na ocasião de entrega da obra. No local, já foram finalizados os trabalhos de substituição da calçada portuguesa no entorno da Assembleia, construção das fontes ornamentais, do coreto e a implantação do sistema de irrigação. Estão em fase final de execução, o piso de concreto, o projeto paisagístico, a reforma do playground, a nova iluminação e a implantação da sinalização vertical. O piso queimado por população de rua será refeito até o final do mês, segundo a secretaria.

Sobre o atraso na entrega das obras, o órgão informou que o cronograma foi reprogramado para o segundo semestre de 2015 em função do acréscimo de serviços não previstos inicialmente, como substituição dos meio-fios, execução de sarjetas, entre outros, e em virtude da fragmentação em etapas das obras para atender às demandas de eventos da comunidade local e da ALMG.

O assessor de comunicação da Polícia Militar, capitão Antuer Júnior, informa que o policiamento tem sido feito 24 horas no bairro, incluindo a Praça da Assembleia. “Não nos eximimos de responsabilidade, mas, como se trata de um patrimônio público, a Prefeitura de Belo Horizonte precisa zelar pelo local. Dessa foram, a Guarda Municipal também deve fazer sua parte”, afirma o capitão.


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