O processo de limpeza da Lagoa da Pampulha voltou a ser discutido pela Prefeitura de Belo Horizonte e a Copasa. Os dois órgãos avaliaram a modernização da Estação de Tratamento de Efluentes (Etaf) Pampulha, localizado na confluência dos córregos Ressaca e Sarandi, os maiores e mais contaminados da bacia. O projeto visa aumentar a eficiência do sistema e a capacidade operacional. Outro ponto avaliado foi a implantação de jardins filtrantes em alguns córregos. Neste processo, plantas que retêm matéria orgânica, sem interferência de produtos químicos, são inseridas no curso d'água.
A previsão de vistoria, em setembro, dos relatores do Patrimônio Mundial e da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), que avaliam o processo de reconhecimento do conjunto arquitetônico de Oscar Niemeyer como Patrimônio Cultural da Humanidade, fez acelerar as iniciativas de despoluição da Pampulha. Na última semana, o prefeito Marcio Lacerda (PSB) afirmou que a prefeitura vai assumir as obras por causa da demora da Copasa em realizar o serviço.
Um dos primeiros passos da PBH é assumir a Etaf Pampulha, que está localizada entre os córregos Ressaca e Sarandi, na entrada do Parque Ecológico. Esse foi um dos pontos discutidos no encontro realizado na quarta-feira. “Foi avaliada a viabilidade de modernização da Estação de Tratamento de Água Fluviais (ETAF) existente na entrada dos córregos Ressaca e Sarandi, buscando ampliar sua eficiência e capacidade operacional”, afirmou a Copasa.
Uma outra Estação de Tratamento de Águas Fluentes Jardins Filtrantes para tratamento conjunto dos córregos Água Funda e Bom Jesus, localizado na enseada do Zoológico, está prevista para ser construída. De acordo com a Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap), o projeto está concluído e o “orçamento está sendo elaborado para definição final dos investimentos a serem feitos pelo Município”. A expectativa é que a obra se inicie ainda em 2015.
Outra medida que está sendo estudada é a implantação dos jardins filtrantes em córregos de Belo Horizonte. Esse sistema é o mesmo que já foi anunciado para o Córrego Água Funda/Bom Jesus, em fevereiro deste ano. Só naquele manancial a ação programada custaria R$ 6 milhões, usando plantas que retêm matéria orgânica, sem interferência de produtos químicos. Essa estratégia foi pesquisada por técnicos da Fundação Zoobotânica, que visitaram outros países com a intenção de conhecer o sistema. Segundo a Sudecap, o curso do córrego será desviado para uma estação natural de tratamento, que vai ser responsável por reduzir a carga poluidora durante a estiagem. No período das cheias, a vazão excedente continuará a escoar pelo leito natural do córrego.
Como o Estado de Minas adiantou em junho, a Lagoa da Pampulha vai continuar recebendo esgoto até dezembro. A implantação de quatro quilômetros de redes de esgoto em Contagem, na Grande BH, tiveram pendências judiciais e atrasaram o trabalho. Das cinco áreas que ainda necessitam da construção das tubulações, apenas uma já teve os procedimentos finalizados. A previsão de 120 dias feita no fim de maio para concluir as obras e totalizar 100 quilômetros de redes, coletando 95% do esgoto direcionado à lagoa, foi esticada por mais 90 dias, chegando até dezembro. (Com informações de Mateus Parreiras)