Jornal Estado de Minas

Copasa localiza mais de 5,7 mil ligações clandestinas na Grande BH nos últimos seis meses

As ligações clandestinas criadas para desviar o curso de água que passa pela rede subterrânea da Copasa está entre os fatores apontados pela estatal responsável por causar perda do recurso. Para tentar eliminar os famosos 'gatos' e os vazamentos nesta época em que os reservatórios estão com os níveis bem abaixo do esperado foi criada a Operação CaçaGotas. De janeiro a junho deste ano, foram identificadas 5.784 ligações clandestinas na Região Metropolitana de Belo Horizonte, média de 28 por dia. No ano passado, 5.028 flagrantes foram realizados no mesmo período.

O rastreamento dos vazamentos e gatos pelas ruas é feito com uma sonda eletrônica chamada geofone, que amplifica as ondas sonoras e permite aos fiscais escutar a água correndo para fora do encanamento ou em direção a uma ramificação clandestina. Quando a ligação clandestina é descoberta, o fornecimento para o duto é interrompido e os usuários são autuados, com pagamento de multa baseada na média de consumo do imóvel.

O problema não se restringe apenas à Região Metropolitana de Belo Horizonte. Em janeiro deste ano, o Estado de Minas mostrou que a captação clandestina de água agrava a seca no estado. Entre 2013 e 2014, a Companhia da Polícia Militar do Meio Ambiente, sediada na capital, registrou aumento de 3,84% (de 286 para 297) no número de autuações por captação clandestina de água em 47 cidades fiscalizadas.
Segundo a PM, os dados se referem à captação irregular via caminhões-pipa, poços artesianos sem outorga, desvio para irrigação e barragens proibidas, praticados por pessoas ou empresas. A Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) aplicou R$ 1 milhão em multas no ano passado, 20,4% a mais do que os R$ 830 mil de 2013.

Em 2014, das 901 operações de fiscalização da polícia ambiental nas 47 cidades, 428 foram feitas nos reservatórios Serra Azul (Juatuba), Várzea das Flores (Contagem e Betim) e Rio das Velhas (Nova Lima), mananciais de captação da Copasa. As outras 473 se basearam em denúncias (329) e na fiscalização de rotina.

Baixo nível de reservatórios


A economia de água por parte da população, não está acontecendo de forma ideal. A Copasa informou que a redução de consumo em junho foi de apenas 15,02%, na comparação com igual período de 2014. A estatal destacou a melhora em relação a maio, quando a poupança foi de 14,5%.
O menor índice ocorreu em fevereiro, 9,4%, primeiro mês da campanha de economia. Em março, o índice deu um salto, para 16%, mas em abril o índice de poupança voltou a cair, para 15%, sempre em comparação com igual período do ano passado.

Nesta sexta-feira, os níveis dos reservatórios do Sistema Paraopeba continuam abaixo do esperado. O sistema, responsável pelo abastecimento da Região Metropolitana de Belo Horizonte, apresenta 33,2% de seu nível. O Rio Manso está com 44,3%, Serra Azul, 14,1% e Vargem das Flores, 33,8%. Todos tiveram queda ou se mantiveram estáveis nos últimos dias. A vazão do Rio das Velhas está em 14,2 metros cúbicos por segundo. .