Jornal Estado de Minas

Rua São José, no Centro Histórico de Ouro Preto, é fechada para veículos


Quem chegar hoje a Ouro Preto, na Região Central, vai encontrar uma grande novidade na tradicional Rua São José, a principal do comércio da cidade, que ostenta, há 35 anos, o título de patrimônio cultural da humanidade. Das 8h às 18h, a via pública com piso de pedras será apenas dos moradores e visitantes, dispostos, certamente, a caminhar a pé e conhecer mais sobre os monumentos dos séculos 18 e 19. Por iniciativa de um grupo de empresários, que tem o apoio da Associação Comercial de Ouro Preto (Aceop) e autorização da prefeitura local, o trecho do Centro Histórico foi fechado aos veículos. Em Minas, Tiradentes, na Região do Campo das Vertentes, já adota medida semelhante nos fins de semana para fomentar o turismo e preservar o casario dos tempos coloniais.


Ontem, foi a vez de a Rua Getúlio Vargas, no Bairro do Rosário, ser fechada ao trânsito das 10h às 19h. “Estamos muito satisfeitos com o resultado e nosso objetivo é causar o menor impacto possível na cidade. Conseguimos licença da prefeitura por um período de 30 dias e temos o apoio das autoridades, da comunidade e de outros órgãos”, disse o empresário Daniel Pinheiro, que atua no setor de restaurantes e integra o grupo de empreendedores. “Não estamos tendo opiniões contrárias. Queremos que os artistas exponham seus trabalhos, que os artesãos mostrem seu talento, enfim, transformar os locais num grande mercado, com mesas dos bares e restaurantes nas ruas”, afirmou Daniel.


Enquanto os empresários se mobilizam, o Legislativo demarca seu espaço.

A Câmara Municipal aprovou projeto de lei que estabelece a interdição, de forma alternada e aos domingos, das ruas São José e Getúlio Vargas, no Centro, e Bernardo de Vasconcelos e Praça do Antônio Dias, no Bairro Antônio Dias, no Centro Histórico. Com a iniciativa, quer criar trechos livres para lazer, cultura e entretenimento.

De autoria do vereador Chiquinho de Assis, com assinatura do também parlamentar Alysson Gugu, o projeto de lei, já discutido em audiência pública, seguirá para sanção do prefeito José Leandro Filho. “Vai ser um domingo do lado Mocotó o outro do Jacuba”, diz Chiquinho de Assis, numa comparação bem-humorada com a rivalidade histórica nascida na Guerra dos Emboabas, no início do século 18, entre os bairros Antônio Dias, apelidado de Jacuba, área dos paulistas pioneiros, e do Pilar, conhecido como Mocotó, dos antigos portugueses. “Não haverá problema, pois teremos ruas dos dois lados, com alternativa dos locais. Além disso, pesquisas mostram que o turista vai embora no domingo e, com o novo atrativo, poderia ficar mais um tempo na cidade”, observa.

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