Em meio ao movimento acelerado de carros e ao vaivém de pedestres em áreas agitadas da capital, o belo-horizontino passou a ter novos espaços para relaxar, bater papo, ouvir música, ler, encontrar amigos, se divertir ou apreciar a paisagem. As varandas urbanas, como vêm sendo chamadas as minipraças do projeto BH Parklets – de instalação de espaços de convivência rentes à calçada, em vagas de estacionamento – já estão montadas em três pontos da capital, com previsão de novo endereço já na semana que vem. Depois de o primeiro modelo definitivo ser montado na Rua Goitacazes, há um mês, foram inauguradas ontem as varandas urbanas das ruas Paraíba, na Savassi, e Sapucaí, no Bairro Floresta, este com vista para a Praça da Estação e o Centro da cidade. Na semana que vem, será a vez de a Avenida Bandeirantes ganhar uma unidade, entre as ruas Ribeiro Junqueira e Júlio Vidal.
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Varandas urbanas têm estruturas que utilizam materiais variadosResponsáveis por parklets reclamam de vandalismo e contabilizam prejuízosSavassi ganha novo parklet com programação culturalBairro Santa Tereza, na Região Leste de BH, ganha um parklet, conhecido como "varanda urbana"Belo Horizonte ganha mais uma varanda urbanaUm dos responsáveis pela implantação da unidade é o empresário Alexandre Horta, sócio-proprietário do Deck Bar, em frente à varanda com estrutura de madeira, jardim, wi-fi e ponto de energia. A aposta no projeto, segundo ele, está atrelada à ideia de aumentar o uso público dos espaços urbanos. “Nos interessamos já na época do lançamento do edital, porque vimos que poderíamos ajudar a arejar esta região”, afirma. Segundo ele, o investimento para instalação da estrutura foi de R$ 20 mil.
Na prática, o projeto BH Parklets funciona assim: a prefeitura licencia a estrutura a pedido de representantes da iniciativa privada, que é responsável pelo custeio da instalação. De acordo com o idealizador do projeto, Luamã Lacerda, mesmo com o financiamento e divulgação da marca não há vínculo comercial, ou seja, as pessoas que usam o espaço não têm obrigatoriedade de consumir no estabelecimento. “Não há restrição de atendimento a quem estiver sentado e queira consumir. Mas qualquer pessoa pode usufruir do espaço, a qualquer hora, porque o local é público”, explica Luamã.
Segundo ele, as varandas urbanas já existem em São Paulo, Fortaleza e Porto Alegre. O projeto experimental foi montado na cidade em 9 de maio, quando uma minipraça funcionou por um dia na Rua Antônio de Albuquerque, no cruzamento com a Rua Sergipe, na Savassi. De acordo com o secretário municipal adjunto de Planejamento Urbano, Leonardo Castro, a tendência é de ampliação das varandas, que tiveram ótima aceitação das pessoas e interesse dos empreendedores. “Além das quatro prontas, mais duas estão aprovadas e há interesse da iniciativa privada para instalação de outras seis.
ADEPTOS FIÉIS No Centro, onde a varanda foi montada na Rua Goitacazes, entre as ruas Rio de Janeiro e Espírito Santo, o projeto já ganhou adeptos fiéis. Moradores da via há 15 anos, o casal de aposentados Lúcia Sartori Sena, de 70, e José Sena reis, de 72, comemora a implantação do espaço em um ponto tão movimentado da cidade. “Em todo esse tempo, vimos algumas mudanças positivas, como a retirada dos camelôs e a redução dos assaltos. Mas este projeto é uma das melhores iniciativas, pois oferece entretenimento para quem mora na região”, afirma José. Sua mulher também elogia. “A gente vem pra cá, lê, descansa, aprecia a cidade”, disse. Dono da loja Ortobom, que banca a instalação, o empresário e vice-presidente de Educação da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH), Marcos Ineco, fala do sucesso do projeto. “As pessoas entram na loja para elogiar e agradecer. O resultado tem sido muito positivo”, disse..