"Se a vítima tivesse morrido de imediato, Gilmária não teria conseguido retirar a criança ainda com vida do ventre da mãe", disse o delegado de homicídios de Ponte Nova, Silvério Rocha Aguiar após a apresentação do resultado do inquérito de mais de 360 páginas sobre a morte da jovem Patrícia Xavier da Silva, de 21 anos.
As investigações apontaram que Gilmária Silva Patrocínio, de 33 anos, acertou a vítima por trás com uma paulada e, quando a vítima começou a acordar, usou outro pedaço de pau no pescoço da jovem, o que causou um sangramento que a levou à morte. De acordo com o laudo dos peritos e médicos legistas, a assassina teria muito pouco tempo para retirar a criança se a mãe tivesse morrido imediatamente.
Presa desde o dia 30 de junho no Complexo Penitenciário de Ponte Nova, Gilmária foi indiciada pelos crimes de homicídio, qualificado por motivo torpe, meio cruel e dissimulação; ocultação de cadáver; dar parto alheio como próprio; e subtração de incapaz. Somadas as penas, Gilmária pode pegar até 45 anos de prisão.
De acordo com o delegado titular do caso, a polícia encontrou fita adesiva, tesoura e luvas dentro da bolsa de Gilmária, o que demonstra que ela premeditou o crime. A assassina trabalhava como cuidadora de idosos e, segundo as investigações, tinha acesso fácil a esse tipo de material. Em uma reconstituição usando um boneco, a assassina demonstrou com riqueza de detalhes como o crime foi cometido. O delegado diz que confrontou Gilmária até mesmo com informações falsas para testar a veracidade dos fatos e Gilmária foi coerente ao negá-los e ao contar como agiu.
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As duas se conheciam e a criminosa chegou a colocar piercing no umbigo de Patrícia e de uma irmã. A reconstituição dos últimos passos da vítima mostra que ela saiu do hospital carregando a criança e encontrou com Gilmária em um ponto de ônibus. A assassina disse à jovem que uma patroa tinha perdido um bebê e que disponibilizado todo um enxoval para doação. Até à chegada à construção abandonada onde aconteceu o crime, Patrícia acreditava que encontraria com a suposta patroa de Gilmária.
Mulher agiu sozinha
As investigações mostram ainda que Gilmária agiu sozinha. De acordo com a polícia, o andarilho Henry Marçal, que está ainda está preso por causa das suspeitas de envolvimento no crime, não participou do assassinato de Patrícia. "Já representamos um pedido junto ao poder judiciário pedindo a liberação dele", disse Silvério. Segundo o delegado, Henry inventou uma história como forma de se eximir do crime.
O homem era acostumado a dormir no local do crime e alguns pertences dele foram encontrados pelos investigadores.
Henry disse à polícia que a dupla chegou no local no sábado, um dia depois do crime, e que ainda o havia ameaçado. No entanto, o crime aconteceu na sexta-feira e o delegado ouviu várias testemunhas que disseram que o andarilho estava trabalhando como servente de pedreiro em uma obra..