Descer a Rua Cláudio Manoel e atravessar as avenidas Getúlio Vargas e Afonso Pena, no Bairro Funcionários, Região Centro-Sul de Belo Horizonte, é mais um dos movimentos tradicionais no trânsito da capital mineira que está com os dias contados. A BHTrans pretende fechar em breve a Cláudio Manoel na Praça Benjamin Guimarães, conhecida como Praça ABC, desviando esse fluxo para a Rua Piauí e para a Avenida Getúlio Vargas. O objetivo é diminuir um tempo de semáforo no cruzamento da praça e concluir as adequações no eixo Afonso Pena previstas no Mobicentro, projeto de mobilidade voltado a aumentar a segurança dos pedestres. Ontem, começaram a valer as alterações da segunda fase do programa, com as inversões de sentido de um quarteirão da Rua Curitiba e outro da Rua dos Tupinambás, ambos no cruzamento com a Afonso Pena. Como as obras necessárias para viabilizar as novidades só ficam prontas em 15 dias, houve dúvidas e reclamações. Até 15 de agosto, a terceira fase entrará em operação, com outra medida de impacto: a proibição de virar à direita na Praça Sete, tanto na Avenida Amazonas quanto na Afonso Pena.
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Mudanças no trânsito na Rua Curitiba confundem motoristas Rua Curitiba tem fluxo de trânsito alterado nesta terça-feiraBHTrans anuncia novas mudanças no trânsito da capital para obras do MobicentroObras para mudança na Praça ABC começam neste mêsBH ainda não cumpriu seis metas do Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM)Intervenções do Mobicentro se arrastam e atrapalham pedestresAinda sem ter certeza do real impacto das mudanças, a população se divide sobre a novidade. O taxista José Antônio Guimarães, de 57 anos, que trabalha em um ponto na Praça ABC, está otimista.
Confusão na Curitiba
O primeiro dia da nova configuração do trânsito das ruas Curitiba e dos Tupinambás, no Hipercentro de BH, foi marcado por problemas por causa da sinalização temporária. Objetos como caixas de plástico, telas e cones, que estão substituindo as ilhas e extensões de calçadas que serão construídas, confundiram motoristas e pedestres.
Uma das pessoas que acabou perdendo essa possibilidade é o motoboy Wellington Paulino, de 37. Funcionário de uma loja de eletrodomésticos na esquina da Curitiba com Tupinambás, ele conta que usava o antigo acesso para já cair na Afonso Pena, em direção ao Complexo da Lagoinha. “Agora terei que dar uma volta bem grande pra retornar na Afonso Pena. Perdemos uma saída rápida e motoboy conta com rapidez para ganhar dinheiro”, afirmou.
Segundo José Carlos Ladeira, da BHTrans, a demanda por esse tipo de movimento é pequena. O novo acesso ainda pode ser feito pela Tupinambás, porém, com saída à esquerda na Avenida Olegário Maciel e entrada à direita na Rua dos Caetés. Dali em diante o motorista pode ir à rodoviária ou à saída para as avenidas Pedro II e Antônio Carlos. Sobre a confusão do primeiro dia, Ladeira disse que a dificuldade do início é inevitável.
Dos três principais eixos do Mobicentro, dois já foram implantados. As mudanças se estendem aos cruzamentos da Afonso Pena com Espírito Santo e Tupis e também às alterações que começaram a valer ontem. Na terceira fase entrarão em vigor as proibições de entradas à direita entre as avenidas Amazonas e Afonso Pena, cuja previsão é até 15 de agosto. Logo depois virá o ajuste pontual da Praça ABC, finalizando o corredor Afonso Pena. Segundo a BHTrans, as mesmas modificações serão aplicadas nos corredores Amazonas (entre Contorno e Praça Raul Soares) e Bias Fortes, além da região da Savassi. As intervenções ainda estão em fase de projeto.
Palavra de especialista
Silvestre de Andrade, consultor em transporte e trânsito
"A circulação pode melhorar"
Esse movimento para reduzir a quantidade de tempos de semáforo em grandes cruzamentos é uma tendência usada na engenharia de tráfego para melhorar as interseções. Quando você diminui um tempo, você tem mais possibilidades, inclusive para os pedestres. O principal objetivo é criar condições para uma circulação melhor e diminuir os riscos em uma travessia.