Costa conta que domingo passado estava à espera de passageiros em frente a um hotel da Avenida Álvares Cabral, no Bairro de Lourdes, Região Centro-Sul, mas os dois casais, um com uma criança e outro com um adolescente, deram preferência por dois tuk tuks para conhecer os pontos turísticos da cidade. “Antes, a gente pegava passageiros na maçaneta. Eles saíam do hotel, abriam a porta do carro e entravam. Agora, os próprios hotéis oferecem os tuk tuks para os hóspedes”, reclama o taxista.
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Protestos contra o Uber aumentam a pressão sobre autoridades Taxistas usam fita preta em protesto contra o Uber em BHAplicativo que já desperta a ira de taxistas, Uber, prepara expansão em BHTuk tuk só pode circular com permissão, diz DetranMas não são apenas os turistas que usam os triciclos como meio de transporte. O estudante de engenharia ambiental Leandro Nahuel Aguas Coelho, de 25, conta que pagou R$ 2 para se deslocar de tuk tuk da Praça do Papa, no Bairro Mangabeiras, até a Praça Sete, no Centro. “É confortável.
O empresário Nélson Gustavo Vilasa da Silveira, que oferece franquia de tuk tuk em BH e dono de seis veículos que circulam pela capital, negou fazer concorrência com os taxistas, ressaltando que não tem espaço para bagagem e afirmou, inclusive, que oferece táxi para os turistas. “Só fazemos roteiros turísticos e não temos como fazer o serviço de táxi porque não ultrapassamos 40km por hora.” Ela disse ainda que os veículos não podem transitar por rodovias estaduais e federais e negou cobrar R$ 2 para transportar passageiros pela Avenida Afonso Pena, o que seria uma concorrência com o táxi-lotação. Ele ressaltou ainda que sua empresa é legalizada, cadastrada no Ministério do Turismo e parceira da Belotur.
O português Caetano Souza, de 41, é piloto de uma empresa que tem seis tuk tuks em BH. “Atendemos vários hotéis. Basta telefonar ou agendar o passeio pelo e-mail”, disse ele, lembrando que também transportam moradores de BH, mas apenas para fazer roteiros turísticos, garante. “A gente pega o passageiro e volta com ele para o mesmo lugar ou perto de onde estava, para não considerar concorrência com os taxistas”, explicou Caetano.
ATRATIVO De acordo com o condutor, o grande atrativo dos triciclos, principalmente para turistas estrangeiros, é que os pilotos falam no mínimo duas línguas, além do português.
O presidente do Sindicato dos Taxistas, Ricardo Luiz Faeda, disse que não recebeu nenhuma reclamação formal da categoria em relação aos tuk tuks, mas que vai procurar se informar junto às empresas que oferecerem o serviço, e também com hotéis, sobre a legalidade do serviço. “Não podemos deixar que mais um transporte ilegal tome conta da cidade”, disse.