O protesto de moradores de ocupação William Rosa terminou em confronto com Guardas Municipais na manhã desta sexta-feira em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. As famílias invadiram a Secretaria de Habitação da Prefeitura da cidade para pedir um posicionamento da administração municipal sobre um terreno que seria doado por ela. Guardas tentaram conter o ato e houve trocas de empurrões. Pelo menos quatro pessoas ficaram feridas. Vidros foram quebrados dentro do imóvel.
Os moradores da ocupação chegaram no prédio da secretaria, na Rua Portugal, no Bairro Novo Eldorado, por volta das 12h. Segundo Lacerda dos Santos Amorim, coordenador do Movimento Luta Popular, aproximadamente 100 pessoas chegaram ao local para um protesto. “Queríamos que a prefeitura apresentasse o terreno que eles vão nos doar.
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A Guarda Municipal tem uma versão diferente sobre o caso. Segundo a corporação, funcionários da secretaria afirmou que as famílias invadiram o imóvel e quebraram alguns objetos e vidraças. Também houve denúncia de furtos. De acordo com a Guarda, os agentes apenas agiram para resguardar a integridade física de ambos os lados.
Depois do tumulto, as famílias voltaram para o ônibus que os levaram e retornaram para o terreno onde vivem. Em nota, a prefeitura de Contagem repudiou o ato de violência.
Ainda de acordo com a prefeitura, foi disponibilizado um espaço de 10 mil metros quadrados para a construção de moradias às famílias.
Negociação
As famílias da William Rosa vivem em um terreno às margens da Avenida Severino Ballesteros. A ocupação surgiu em outubro de 2013, chegando a abrigar quase 3 mil famílias, conforme dados dos representantes do movimento. No fim do ano passado, cerca de 700 famílias permaneciam no terreno.
A negociação com a prefeitura vem se arrastando há mais de um ano. Em junho, a administração municipal informou que tinha sido assinado um acordo entre os representantes da ocupação, a CeasaMinas – proprietária do terreno -, o governo estadual, o governo federal e a administração municipal para a desocupação pacífica.
Está em negociação que 400 famílias receberão moradias por meio do programa Minha Casa, Minha Vida. Em dezembro do ano passado, as famílias já negociavam essa saída voluntária, que chegou a ser marcada para 30 de janeiro, o que não aconteceu.