Terminou nesta sexta-feira, o sofrimento de uma mãe que não via o filho há cerca de 20 anos. Os dois foram reapresentados na 2° Delegacia Noroeste de Belo Horizonte. Cláudia Jaqueline pôde rever o filho Thiago, atualmente morador da Região de Venda Nova. A investigação durou aproximadamente seis meses, até que o jovem fosse localizado.
A história começa em 1995, quando Cláudia estava desempregada e não tinha condições de criar o filho de apenas seis meses de idade. Ela deixou a criança com a vizinha, conhecido como “Lia”, e resolveu se mudar por algum tempo para conseguir arrumar emprego e tranquilizar sua situação.
Meses depois, ela voltou ao local, mas não encontrou Lia e nem o filho. A informação que obtve foi que a mulher havia mudado de endereço, pois morava de aluguel e havia encontrado um lugar melhor para viver. Desde então, Cláudia passou a viver momentos de angústia, que se estenderam por anos e anos.
Depois de um longo processo de busca e análise, a Polícia Civil encontrou Maria da Penha Oliveira Silva, a Lia, e o rapaz Thiago. Eles se encontraram com Cláudia hoje na delegacia, momento este, de muita emoção para todos. Agora, mãe e filho poderão recuperar o tempo perdido.
OUTRO REENCONTRO EM MINAS
Faltam poucos dias para a celebração do Dia dos Pais. Mas, para o detento Márcio Silva Ribeiro, de 55 anos, o presente chegou antecipadamente. Ele, que nunca pôde estar com as filhas nessa data, foi surpreendido com uma notícia dada pela assistente social do Presídio de Almenara, Região do Vale do Jequitinhonha, Lara Ferreira Santos.
Recentemente, Lara recebeu um pedido de visita fora dos horários convencionais do estabelecimento prisional. Agentes penitenciários acionaram a assistente social depois de ouvirem a história comovente de uma moça de 26 anos, que estava à procura de Márcio na porta do presídio. Josimárcia Oliveira Silva tinha viajado mais de 700 km, de Contagem, onde mora, a Almenara, no Norte do Estado. Então, ela foi recebida por Lara para uma primeira conversa.
Desde bebê, de 10 meses de idade, a jovem estava separada do pai. Problemas de relacionamento decorrentes do alcoolismo do marido levaram a mãe de Josimárcia a se separar. Depois do divórcio, a mulher mudou-se para Belo Horizonte com as duas filhas, que cresceram sem contato com os parentes paternos.
Quando chegou à adolescência, Josimárcia recebeu a notícia de que o pai havia falecido. Mas ela não acreditou na informação e procurou a família de Márcio. Nessas tentativas, soube por um primo que Márcio estava preso em Sete Lagoas. Quando se preparava para tentar visitar o pai, Josimárcia perdeu o marido, baleado durante um assalto e faleceu. Grávida, com muitos problemas para resolver ela adiou a busca pelo pai. Somente anos depois pôde viajar a Almenara, para onde o pai havia sido transferido.
Um abraço longo e apertado, lágrimas e risos marcaram o encontro. “Isto pra mim significa o recomeço. Não há mágoa por tudo o que aconteceu. Sempre sonhei em ver o meu pai. Não tinha foto, não tinha nada dele”, diz Josimárcia.
Márcio conta que nunca se esqueceu das filhas e que chegou a procurá-las, sem sucesso, em Belo Horizonte. No encontro com Josimárcia, descobriu que já tinha quatro netos, dois de cada filha. “Este foi o melhor presente da minha vida e justamente perto do Dia dos Pais.”