A retirada da vegetação nativa para produção de carvão e cultivo de eucalipto pode levar áreas do Norte de Minas e do Vale do Jequitinhonha à desertificação. O alerta é do gerente de Monitoramento da Cobertura Vegetal e Biodiversidade do Instituto Estadual de Florestas (IEF), Waldir Melo. Segundo ele, grande parte da vegetação ainda existente em Minas se concentra nas bacias dos rios Pardo, São Francisco e Jequitinhonha. “São as áreas onde restam mais fragmentos dos três biomas”, afirma Melo, fazendo referência ao cerrado, caatinga e a mata atlântica.
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O gerente denuncia ainda que muitos empreendedores, para driblar a fiscalização, usam a estratégia de “fatiar” os terrenos, declarando a compra de áreas menores. Se o produtor compra uma propriedade de até 999 hectares, por exemplo, escapa da fiscalização prévia, devendo apenas apresentar documento declaratório sobre a sua atividade aos órgãos ambientais..