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Estado de Minas

Casal morto em acidente provocado por motorista em carro modificado é sepultado

Inconformada com a irresponsabilidade do condutor que provocou acidente, família velou os corpos desde a noite de terça-feira, em Caeté


postado em 05/08/2015 10:35 / atualizado em 05/08/2015 10:41

Casal morto em acidente de carro estava unido desde a adolescência (foto: Álbum de família/Reprodução)
Casal morto em acidente de carro estava unido desde a adolescência (foto: Álbum de família/Reprodução)

Os corpos de Kátia Aisten de Assis, de 27 anos, e do marido, Paulo Guilherme Medeiros Meireles, de 29, foram sepultados às 10h da manhã desta quarta-feira, no Cemitério José Brandão, em Caeté, na Grande BH. Inconformada com a irresponsabilidade do motorista que provocou o acidente, a família velava os corpos desde a noite de ontem na Paróquia São Francisco de Assis, em frente à casa da mãe de Kátia, na cidade da Região Metropolitana da capital.

O casal deixou dois filhos, Giovana, de 9 anos e João Pedro, de 4. De acordo com a irmã da jovem que faleceu no acidente, o menino ainda não compreendeu a situação, mas a mais velha já sabe que os pais não irão voltar. "A ficha do mais novo ainda não caiu, mas a menina já entendeu. Nós mesmos estamos arrasados. Sabemos que Deus vai nos confortar, mas ainda assim é difícil acreditar", diz Karen Lídia de Assis, de 20 anos.

O acidente aconteceu na noite de segunda-feira na Avenida Américo Vespúcio, na Região Noroeste de Belo Horizonte. O Gol conduzido pelo administrador José Almerio Amorin Neto, de 35 anos, invadiu a contramão e bateu no Palio onde estava o casal. O administrador perdeu o controle da direção quando testava o turbo que havia sido instalado no veículo. De acordo com a Polícia Civil, ele será indiciado por homicídio com dolo eventual - quando se assume o risco de matar.

Paulo trabalhava como vigilante e Kátia deixou o emprego de caixa em uma drogaria para fazer bolos. Recentemente, a jovem fez um curso de confeiteira e tinha o sonho de abrir seu próprio negócio. Na noite do acidente, os dois tinham ido comprar um par de muletas para Paulo, que depois de quatro meses de espera teve a cirurgia no joelho liberada pelo plano de saúde. Apesar de jovens, os dois tinham um relacionamento de bastante tempo. Eles se conheceram ainda adolescentes, na escola onde estudavam, na Região de Venda Nova. “Ela tinha 14 anos. Foi amor à primeira vista e eles viveram juntos pelo resto da vida, literalmente”, lamentou outra irmã da confeiteira, a auxiliar administrativa Kamila Fernanda de Assis, de 24.

“O motorista dirigia a 150km/h, numa via pública, às sete e meia da noite. Sabia que podia matar alguém e não provocou apenas um acidente. Cometeu dois homicídios. Queremos Justiça. São duas crianças sem pai e sem mãe agora”, desabafou Kamila. (Com informações de Pedro Ferreira)


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