A irresponsabilidade de crianças e adultos que ainda insistem em passar trotes para as forças policiais e corporações de resgate causaram prejuízos nesta quarta-feira em Montes Claros, na Região Norte de Minas Gerais. Um homem acionou o Corpo de Bombeiros informando sobre um grave acidente com quatro vítimas, algumas presas as ferragens. Três viaturas se deslocaram 50 quilômetros até chegar na BR-135, local apontado. O trajeto de ida e volta durou três horas, tempo em que os veículos ficaram indisponível para o atendimento a ocorrências que realmente aconteceram. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) de Mirabela também foi acionado e enviou ambulâncias.
A solicitação falsa foi recebida por volta das 10h. O solicitante, um adulto, informou que uma Pick Up S10 com quatro pessoas teria capotado às margens da BR- 35, próximo ao município de Mirabela. Entre as vítimas, estava uma criança de seis anos e a mãe dela, que estaria presa às ferragens. “Foi tão convincente que conseguiu enganar a equipe de atendentes, que fazem a triagem das ocorrências. Por isso, o socorro foi enviado”, explica o tenente Luiz Fernando Alves Marinho, coordenador de operações (CBU) dos bombeiros.
Três viaturas deixaram o quartel em Montes Claros e deslocaram 50 quilômetros até o local indicado. Foram uma hora e meia até chegar e detectar que se tratava de um trote. “Isso gera um prejuízo financeiro, humano e o risco para os militares. Quando deslocamos para o atendimento, vamos em velocidade maior e adrenalina alta. Neste caso, por exemplo, foram três horas sem as viaturas atenderem qualquer ocorrência”, reclama Luiz Marinho.
Os trotes são comuns na vida das corporações. Segundo o tenente, as pessoas que continuam com a brincadeira perigosa, estão cada vez mais convincentes. “Percebemos que estão se aperfeiçoando. Estão passando mais detalhes das ocorrências, sabem até quais viaturas que temos no quartel”, afirma.
O serviço de inteligência dos bombeiros já estão investigando as ligações, que na maioria das vezes, são feitas dos mesmos telefones. “Grande parte são de crianças, mas temos adultos também. Acho que falta maturidade e orientação dos pais”, explicou Marinho.