Jornal Estado de Minas

Pastor que embolsou R$1,5 milhão ao aplicar golpe em fiéis é preso por estelionato

Um homem que atuava como pastor em uma igreja evangélica de Divinópolis, na Região Centro-Oeste de Minas foi preso por suspeita de aplicar golpes em fiéis e embolsar pelo menos R$1,5 milhão. Segundo investigação da Polícia Civil, Arlem Silva Amaral se aproveitou de sua credibilidade como líder da congregação para vender ilegalmente vários imóveis a frequentadores da instituição, sem apresentar qualquer documento que comprovasse a posse dos bens.

De acordo com o delegado Fernando Jorge Vilaça, que comanda as investigações, Arlem teve acesso às informações sobre os imóveis depois de convencer uma mulher que frequentava regularmente a igreja a deixar vários bens como herança em nome de uma instituição de caridade. No entanto, a investigação aponta que ainda durante o processo de elaboração do inventário, que destinava tudo ao projeto “Somos Amados”, o suspeito decidiu oferecer as propriedades a outros fiéis. Certo de que eles não desconfiariam de irregularidades pelo fato de ser o pastor quem fazia a oferta, Arlem convenceu as vítimas a adquirir os imóveis apenas com um contrato de compra e venda. Somados, os bens foram negociados por cerca de R$1,5 milhão.

Depois de concluir a venda, Arlem saiu de casa em junho e não era visto até esta quarta-feira, quando foi localizado em Corinto, na Região Central do estado. A mulher do pastor chegou a registrar queixa de desaparecimento na época, já que o homem a disse que viria a Belo Horizonte para resolver alguns problemas e não retornou a Divinópolis, em deu notícias. No entanto, durante as investigações, a polícia descobriu os golpes e constatou que ele estava fugindo para não ser descoberto.


Mais de um mês após o início das buscas, ele foi encontrado morando com outra mulher em Corinto, cidade onde mantinha ainda um estabelecimento comercial. Ele foi preso e levado de volta a um presídio de Divinópolis, onde responderá pelo crime de estelionato. A polícia já descartou a participação da esposa de Arlem e investiga agora se há envolvimento de outras pessoas no crime. Cinco contas bancárias do pastor já foram analisadas, mas o dinheiro obtido com os golpes ainda não foi localizado. .